Luís Tomé: «Eleição de Wickremesinghe como Presidente do Sri Lanka é uma surpresa»
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Ranil Wickremesinghe foi eleito Presidente do Sri Lanka pelo parlamento, sendo que já ocupava esse cargo interinamente, após a fuga do agora antigo Chefe de Estado, Gotabaya Rajapaksa.
Ranil Wickremesinghe obteve 134 votos dos 225 parlamentares, que escolheram o novo chefe de Estado.
O mandato do novo Presidente será de apenas dois anos, até 2024, terminando aquele iniciado por Gotabaya Rajapaksa.
Ranil Wickremesinghe obteve o apoio do partido do clã Rajapaksa, o mais importante do parlamento.
O principal adversário do novo Presidente, nesta eleição no parlamento, o antigo ministro Dullas Alahapperuma do SLPP - partido que apoiava o ex-chefe de Estado - recebeu 82 votos e o candidato Anura Dissanayake - da coligação de esquerda NPP - obteve três votos.
O novo Presidente e o Governo cingalês terão agora de relançar as conversações com o Fundo Monetário Internacional sobre um possível resgate financeiro.
Recorde-se que o antigo Presidente decidiu fugir do país após uma crise política e económica. Os manifestantes acusavam a família Rajapaksa, que dominou a vida política da ilha durante décadas, de desvio de fundos públicos e de ter levado ao colapso económico o Sri Lanka.
Após a eleição de Ranil Wickremesinghe, os manifestantes já disseram que não concordam com esse novo Presidente devido à sua proximidade com o antigo poder.
Vindo de uma família rica, sobrinho de um ex-chefe de Estado e já seis vezes primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe tornou-se, aos 73 anos, o Presidente do Sri Lanka.
Em entrevista à RFI, Luís Tomé, director do departamento de relações internacionais da Universidade Autónoma de Lisboa, esboçou o perfil do novo Presidente, abordou a situação económica do país, mas sobretudo começou por dar conta de alguma perplexidade com a eleição de Ranil Wickremesinghe dado que ele próprio tem sido contestado.
Luis Tomé, Director do Departamento de Relações Internacionais da Universidade Autónoma de Lisboa 20/07/2022
De referir que o país já entrou em 'default' técnico e tem uma dívida externa superior a 50 mil milhões de euros. A população tem sofrido graves consequências com a escassez de produtos de primeira necessidade num país com 22 milhões de habitantes.
CONVIDADO 20-07-2022 MM
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