Ana França: “O desespero humano foi o que mais me marcou na Ucrânia”
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A invasão russa à Ucrânia entrou no 22° dia nos mesmos módulos que nos dias anteriores: bombardeamentos estratégicos nas cidades de Kiev, Kharkiv, Mariupol, ou Mykolaiv, esta última cidade estando situada perto da pérola ucraniana do Mar Negro, Odessa.
Entretanto prosseguem as negociações entre a Ucrânia e a Rússia. Segundo informações recolhidas pelo diário britânico “Financial Times”, um acordo poderá ser encontrado.
Esse acordo teria 15 pontos, entre eles a renúncia expressa da Ucrânia a uma futura adesão à NATO. Outra cedência exigida pelos russos é que a Ucrânia poderá manter um Exército próprio, mas deverá ser limitado e o país não poderá acolher bases ou material militar de outros países.
Se estas exigências são aceites, a Rússia vai cessar as hostilidades e retirar as suas tropas de todos os territórios ucranianos ocupados desde o início da invasão.
As negociações entre os dois países começaram na segunda-feira 14 de Março, e prosseguem nesta quinta-feira, quarto dia consecutivo, contrariamente às outras rondas de negociação que duraram apenas um dia.
A RFI falou com Ana França, jornalista portuguesa do “Expresso”, que regressou recentemente da Ucrânia.
Ana França, que esteve exclusivamente em Lviv e no Oeste do país, estava marcada pelo desespero humano que viu nas pessoas que tentavam fugir da Ucrânia.
A jornalista portuguesa também nos contou como viveu estes 15 dias em território ucraniano, as histórias que a marcaram, bem como a coragem do povo da Ucrânia, unido como nunca desde o início dos ataques do Exército de Vladimir Putin.
Ana França, jornalista portuguesa do Expresso 17-03-2022
Ana França, jornalista portuguesa do “Expresso”, poderá ir novamente para a Ucrânia caso se revele necessário.
A invasão russa à Ucrânia começou há 22 dias. Segundo a ONU, 700 civis morreram desde o início da guerra, e já há 3 milhões de deslocados que fugiram da guerra para outros países.
No que diz respeito às forças armadas de cada país, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky admitiu que 1300 soldados faleceram enquanto o único comunicado russo afirma que 498 soldados morreram na «operação especial na Ucrânia», segundo a expressão utilizada na Rússia, numa guerra de informação e de contra-informação.
CONVIDADA 17-03-2022 MM
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