Fausto Henry vai deixar o Brasil, em breve, para ir combater o exército de Vladimir Putin na Ucrânia. O brasileiro, de 36 anos, diz não poder “ficar de braços cruzados” perante um “povo inocente que está morrendo” e mostra-se disposto a morrer pela Ucrânia até porque teme as ambições mundiais e as ameaças do Presidente russo.
Dois dias depois do início da invasão russa à Ucrânia, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pediu aos europeus com experiência no combate para irem ajudar. No domingo, o pedido foi alargado. A presidência ucraniana informou estar a formar uma legião de combatentes estrangeiros, a “legião internacional”, e pediu aos estrangeiros para se juntarem à “resistência contra os ocupantes russos”.
O apelo também chegou ao Brasil. Fausto Henry vai deixar a sua terra, em breve, para ir combater o exército de Vladimir Putin. O jovem de 36 anos sabe que a relação de forças e de armas é desproporcional mas não quer ficar de braços cruzados.
“O país precisa da gente. Esse suporte de material bélico não vai adiantar se não houver mão humana. É preciso gente, voluntários para utilizar esse material. O efectivo da Ucrânia é pequeno em relação à Rússia, a Rússia hoje possui 900.000 homens contra 200.000 da Ucrânia”, explica.
Fausto Henry fez o serviço militar no Brasil e é instrutor de armamento e tiro. Em 2020, já se tinha alistado na Guarda Nacional ucraniana e esteve em Odessa, no sudoeste da Ucrânia, durante um ano.
“É um povo sofrido, é um povo que precisa de ajuda. Decidi [ir] porque estive no território ucraniano e acho que pela experiência que tenho de combate, uma experiência de terreno, sei onde estou pisando”, afirma.
O brasileiro admite estar disposto a morrer para ajudar o povo ucraniano e porque teme as ambições mundiais e as ameaças do presidente russo, Vladimir Putin.
“O povo que está morrendo, povo inocente. O Presidente russo já mostrou a intenção de querer atacar o mundo, a gente não pode ficar de braços cruzados”, acrescenta.
Fausto vai viajar com mais 14 homens, com experiência militar e a expensas próprias, e diz que são muitos mais os que se querem juntar mas só não o fazem por falta de recursos financeiros.
Ouça aqui a entrevista:
Convidado de 03 de Março de 2022
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