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Guiné-Bissau: Assédio sexual afecta 98% das jornalistas

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O Sindicato dos Jornalistas da Guiné-Bissau está preocupado com o aumento de situações de assédio sexual contra as mulheres jornalistas guineenses. Indira Correia Baldé, presidente do Sinjotec diz tratar-se de uma "situação muito preocupante” que exige “denúncia por parte das mulheres vítimas” e legislação adequada.

Microfone duma estação de Rádio (imagem de arquivo)
Microfone duma estação de Rádio (imagem de arquivo) CC0 Pixabay/adonyig
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Indira Correia Baldé, presidente do Sindicato de Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (Sinjotec), alerta para um problema recorrente dentro das redacções e também junto dos diferentes círculos de poder. O sindicato estima que o assédio sexual afecta cerca de 98% das profissionais.

A denúncia surge depois de uma “sessão de restituição”, que decorreu em Bissau, onde as mulheres jornalistas guineenses expuseram os seus casos pessoais.

Em entrevista à RFI, Indira Correia Baldé diz tratar-se de uma "situação muito preocupante” que exige “denúncia por parte das mulheres vítimas” e legislação adequada.

O sector da comunicação social na Guiné-Bissau funciona com alguma precariedade” e isso faz com que, muitas vezes, “as chefias intermédias” assediem as jornalistas propondo em troca benefícios como melhores condições de trabalho, "efectivação ou deslocações ao interior do país” (que são mais bem pagas que as deslocações me Bissau).

Os relatos que levaram a esta tomada de posição do Sinjotec foram trazidos agora a público pelas próprias vítimas, "são vários casos que até aqui estavam escondidos”.

O assédio é um problema evidente no seio da comunicação social, mas não só com as chefias intermédias. Também os políticos, na sua maioria, tentam assediar. Há vários sinais na nossa sociedade”. 

Chegou a hora de dizer um basta e incentivar as pessoas a denunciar e a não cederem”, afirmou Indira Correia Baldé que acrescenta que o medo de perder o emprego por parte das mulheres vítimas de assédio faz com que as denúncias não sejam feitas. Porém, o paradigma está a mudar: “agora ganharam coragem e relataram os seus casos pessoais”. 

A presidente do Sindicato de Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social ressalva que é necessário incentivar as denúncias e a legislação em favor das mulheres jornalistas: “vamos trabalhar com os deputados. Sensibilizá-los para a comissão especializada para assuntos das mulheres e todas organizações não governamentais que defendem os direitos das mulheres que acompanham o sindicato nesta luta”. 

Na segunda e terça-feira,  Sinjotec organizou, em Bissau, um seminário que juntou jornalistas do sexo feminino, na Casa dos Direitos, para falar da “segurança das mulheres jornalistas e igualdade de género na comunicação social”.

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