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Cidadãos da UE já não podem entrar na Grã-Bretanha só com Bilhete de Identidade

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Desde hoje, os cidadãos da União Europeia que desejem entrar no Reino Unido, já não podem fazê-lo apresentando apenas o seu Bilhete de Identidade, sendo agora necessário ter um passaporte biométrico. Única excepção, os europeus ou familiares com estatuto de residente no país podem continuar a entrar com cartão de cidadão até 2025.

Boris Johnson, chefe do governo britânico.
Boris Johnson, chefe do governo britânico. © Daniel Leal-Olivas AFP/Arquivos
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Com esta medida que se enquadra no Brexit, ao alegar que o passaporte biométrico é mais seguro, o governo britânico refere igualmente pretender colocar todos os visitantes internacionais ao mesmo nível.

Ao analisar o contexto em que esta nova medida surge, designadamente com a crise dos transportes de combustível e as fricções com a França, Helder Macedo, professor jubilado do King's Colledge de Londres dá conta das possíveis consequências da decisão de tornar obrigatório o passaporte para os visitantes europeus, referindo nomeadamente que isto pode afectar o sector do turismo.

"Já é difícil viajar, mas isso cria maiores dificuldades. Agora com documentos, é evidente que pode haver consequências. Conheço muito portugueses e franceses que não usam passaporte porque só tem sido necessário para países fora da Europa. Isto é mais um elemento que pode afectar o sector do turismo que está nas ruas da amargura", considera o professor universitário.

Referindo-se ao impacto do Brexit e designadamente das restrições introduzidas em termos de política migratória aplicada nos últimos meses, Helder Macedo refere que "há muita gente que já regressou aos seus países, sobretudo muito da força de trabalho vinda da Europa de Leste, nomeadamente os polacos, que estavam a trabalhar na Inglaterra e que eram fundamentais para a construção civil e também para o sector dos transportes. Quanto mais dificultarem, pior é no fundo para a Inglaterra", considera o analista.

Questionado sobre a avaliação feita pelos britânicos da política conduzida pelo governo Johnson, com por um lado o sucesso da sua campanha de vacinação contra a covid-19 e por outro lado, o mal-estar pelo Brexit com os seus parceiros europeus, Helder Macedo comenta que "por enquanto, os britânicos ainda estão sossegados.Por outro lado, também não há uma alternativa credível da parte da oposição trabalhista. Há ainda divisões internas no seio do partido. O que se fala é a possibilidade de o Primeiro-ministro Johnson antecipar as eleições enquanto as sondagens lhe são favoráveis, como continuam a ser".

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