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PAM apoia Angola na luta contra a seca

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O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas está a tentar mobilizar recursos para apoiar o governo angolano na luta contra a seca extrema que atinge o sul do país. O chefe do escritório do PAM em Angola, Michele Mussoni, afirma que o objectivo é providenciar uma resposta mais eficaz à população exposta à insegurança alimentar.

Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU.
Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU. AP - Robert Bumstead
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O Programa Alimentar Mundial, as Nações Unidas, as autoridades angolanas e outros parceiros estão a fazer uma avaliação do impacto da seca nas províncias do Namibe, Huíla e Cunene. Os dados devem ser divulgados em meados do mês de Junho e deverão permitir uma resposta mais eficaz à população exposta à insegurança alimentar.

O chefe do escritório do PAM em Angola, Michele Mussoni, afirma que o objectivo é providenciar uma resposta eficaz à população confrontada com a falta de água e alimentos. 

"Estamos a tentar mobilizar recursos para apoiar o governo através de assistência técnica, nas áreas de emergency response, para garantir uma resposta mais eficaz. Na área da nutrição, pretendemos reduzir a desnutrição aguda, entre as crianças menores de cinco anos, que é uma das consequências da seca. (...) Pretendemos criar projectos sociais que ajudem na diminuição da pobreza", explica.

O chefe do escritório do PAM em Angola confirma que dados relativos ao estado da vegetação e à queda de precipitação permitem afirmar que se trata da seca "mais severa" dos últimos anos, salientando que o problema da estiagem é “recorrente" e precisa de ser enfrentado. 

"Este problema da seca em Angola está sendo bastante crónico e recorrente devido a vários facores. A falta de água, a capacidade do país ter uma produção agrícola adequada e as dinâmicas de saúde, em particular nutrição e protecção social. Um assunto multisectorial que tem de ser enfrentado, considerando os vários elementos que afectam a seca", destaca.

Outro problema que está a fragilizar as populações são as pragas de gafanhotos que, desde 2020, dizimam as colheitas das províncias do centro e sul de Angola,

"A praga de gafanhotos está a ter um impacto negativo na produção agrícola, na mesma área que está a ser afectada pela seca", garante Michele Mussoni. 

A seca extrema no sul de Angola está a levar milhares de angolanos a fugirem para a Namíbia para tentarem sobreviver. O alerta foi dado pelo pelo padre Jacinto Pio Wacussanga, pároco dos Gambos, que afirma que mais de 15.000 pessoas já atravessaram a fronteira do país vizinho.

O chefe do escritório do PAM em Angola admite que alguns angolanos partiram para a Namíbia, contudo reconhece que este fenómeno de migração não está apenas relacionado com a seca. 

"Este fenómeno de migração de famílias angolanas para a Namíbia acontece quase todos os anos, também em anos onde não há seca, por causa das ligações familiares entre pessoas que moram em Angola e na Namíbia", salienta.

Segundo dados recolhidos pelas autoridades e pelo escritório do PAM na Namíbia cerca de 3.000 angolanos deixaram o país nos últimos meses.

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