Numa altura em que na capital guineense são várias as exposições de artes plásticas a reportagem da rfi ouviu artistas e a respectiva associação em torno das dificuldades com que se depara a classe: muitas vezes confrontada com dificuldades que lhe são próprias como a aquisição de materiais ou a necessidade de escoar os seus produtos.
Por estes dias Bissau é palco de várias exposições de artes plásticas.
Uma decorreu na Faculdade de Direito de Bissau e outra ainda está patente no Centro Cultural franco-bissau-guinenese.
Esta exposição é do jovem artista autodidacta Serafim dos Santos, 34 anos, que navega entre o impressionismo e o abstracto com quadros que realçam a beleza a criança e a beleza da mulher africana.
Serafim dos Santos procura sobretudo exortar a mulher africana a gostar da sua cor de pele.
“Na minha pesquisa, noto que há um fenómeno que invade o nosso continente: Falo da mudança do tom de pele da mulher africana, por isso estou aqui com este desafio:
Para dizer que o tom de pele africana é o mais bonito que existe.
Exorto a mulher africana a valorizar o tom da sua pele.
Não se deixem induzir ao erro, não percam a vossa autoestima, não percam a vossa identidade, sejam autoconfiantes.
Convido a mulher africana a olhar-se ao espelho e vai ver que é realmente bela.
Fiquei triste ao saber que a mudança de pele ocorre porque a mulher é induzida a esse erro por nós homens.
Em parte até pode ser isso, mas acho que tudo depende da fraqueza dessas mulheres.
Os homens fazem-nas crer que a mulher de pele clara consegue mais facilmente arranjar trabalho.
Sempre digo a estas mulheres para não entrarem por esse caminho, daí que decidi pintar estes quadros com o tom de pele da mulher africana”.
Desde 2011 que Roberto Mendes, tenta juntar numa associação os artistas guineenses.
Na ultima exposição realizada na Faculdade de Direito em Bissau, a associação liderada por Roberto Mendes, conseguiu expor durante três dias quadros de 43 artistas plásticos guineenses.
A exposição até correu bem, o problema, refere Roberto Mendes foi o dilema com que os clientes ficam entre comprar um quadro ou pagar a comida lá em casa.
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