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Artes

"Cacheu CUNTUM": o regresso de Welket Bungué à Guiné-Bissau 28 anos depois

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O actor e realizador luso-guineense Welket Bungué foi na semana passada distinguido com o prémio do melhor actor no Festival Internacional de Cinema de Estocolmo, pelo seu papel no filme "Berlim Alexanderplatz" de Burhan Qurbani, que obteve o prémio do melhor filme. Welket Bungué fala-nos do seu último filme "Cacheu Cuntum", um confronto com o passado esclavagista da Guiné-Bissau em Cacheu e com a realidade animista do ritual fúnebre ToKa Tchur em Cuntum Madiana nos arredores de Bissau, para repôr a verdade histórica do país, mas também na busca da identidade do autor.

Cartaz do documentário "Cacheu CUNTUM", último filme do cineasta e actor luso-guineense Welket Bungué.
Cartaz do documentário "Cacheu CUNTUM", último filme do cineasta e actor luso-guineense Welket Bungué. © Kussa Produções
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Welket Bungué, a residir em Berlim desde 2016, é co-fundador da produtora Kussa e tem actualmente em competição no Festival Caminhos do Cinema Português em Coimbra, as curtas metragens "Corre quem pode, dança quem aguenta" e "Bustagate", este último  sobre a violência racial em Portugal, designadamente contra a cidadã angolana Cláudia Simões, violentamente agredida pela polícia na Amadora, em Janeiro de 2020 e é também uma homenagem ao jovem cabo-verdiano Giovani Rodrigues, assassinado em Dezembro de 2019 em Bragança. 

Autor de cerca de uma dezena de curtas-metragens e co-fundador da produtora Kussa, o seu último filme "Cacheu Cuntumé um documentário, actualmente em fase de promoção.

Imagens captadas em 2019 exclusivamente com telemóvel, no regresso de Welket Bungué à sua terra natal, a Guiné-Bissau, país de onde saiu em 1991 com 3 anos de idade, um confronto com o passado esclavagista do seu país, no intuito de resgatar a sua soberania histórica, repensar e repôr a verdade, mas também em busca da própria identidade do autor.

É um documentário, montado com imagens recolhidas em 30 dias de viagem, entre Maio e Junho de 2019, entre Bissau, Nhacra, Ilhéu do Rei e Cacheu, o mais importante entreposto de escravos da Guiné-Bissau, onde visitou o Memorial da Escravatura e do Tráfico Negreiro.

Welket Bungué afirma que faz um "cinema de auto-representação, que reflecte a sua trajectória enquanto ser humano e artista" um tema longamente abordado no seu livro "Corpo Periférico", que deverá ser lançado em 2021.

 

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