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Médio Oriente

Hamas refere analisar proposta de trégua mas diz que Israel rejeita as suas reivindicações

O movimento islamista Hamas anunciou hoje estar a analisar um projecto de trégua de várias semanas que prevê igualmente a libertação de 42 reféns israelitas contra 800 a 900 palestinianos detidos em Israel. O grupo armado que controla a Faixa de Gaza alega todavia que as suas reivindicações têm sido rejeitadas por Israel.

Palestinianos em Khan Younès, no sul da Faixa de Gaza, no dia 8 de Abril de 2024, depois da retirada das tropas israelitas
Palestinianos em Khan Younès, no sul da Faixa de Gaza, no dia 8 de Abril de 2024, depois da retirada das tropas israelitas © AFP
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Seis meses depois do início da guerra desencadeada no passado mês de Outubro na sequência de um ataque do Hamas que causou cerca de 1.140 mortos em Israel, e numa altura em que continua a ofensiva israelita na Faixa de Gaza, com um balanço de mais de 33 mil mortos segundo o Hamas, foi colocada em cima da mesa uma proposta de trégua no âmbito de uma nova ronda negocial encetada ontem no Cairo.

Ao referir em comunicado "desejar" um acordo, o Hamas afirmou -sem entrar em pormenores- que Israel "não respondeu a nenhuma" das suas reivindicações, mas que "apesar disso, a direcção do movimento estuda a proposta (...) e irá informar os mediadores da sua resposta".

De acordo com o Hamas, para além de um cessar-fogo de seis semanas, a proposta prevê, numa primeira fase, a libertação de 42 reféns em troca de 800 a 900 prisioneiros palestinianos, a entrada de 400 a 500 camiões de ajuda alimentar por dia e o regresso dos habitantes do norte da Faixa de Gaza.

O Hamas refere reclamar um cessar-fogo definitivo, uma retirada completa do exército israelita do enclave e um aumento substancial por parte de Israel das autorizações de entrada por via terrestre da ajuda humanitária com destino à Faixa de Gaza.

Apesar de o Estado Hebreu ter autorizado há dias a entrada de camiões de apoio, na sequência de pressões americanas neste sentido, apesar de ter também anunciado a retirada das suas tropas de Khan Younès, no sul, e de inclusivamente o ministro israelita da defesa considerar que se está num "momento oportuno" para se concluir uma trégua, Israel não dá sinais de pretender chegar a um cessar-fogo definitivo.

Ainda no domingo, o chefe do governo israelita reiterou a sua determinação em lançar uma ofensiva terrestre em Rafah, cidade do sul da Faixa de Gaza onde se concentram mais de milhão e meio de habitantes, apesar da forte oposição da comunidade internacional, em particular dos Estados Unidos, aliados de Israel. "Isso vai acontecer, há uma data", garantiu Benjamin Netanyahu sem adiantar mais explicações.

Neste contexto, as negociações estão longe de estar "na sua recta final", admite um porta-voz da diplomacia do Qatar que participa neste processo. Um processo acompanhado à lupa no exterior, designadamente pela França, a Jordânia e o Egipto cujos dirigentes apelaram, numa tribuna publicada hoje em vários jornais, a um cessar-fogo "imediato" e "permanente" e à libertação de "todos os reféns" em Gaza.

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