Nova ronda de negociações sobre Faixa de Gaza
A nova ronda de negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza não deu em nada, até agora, de acordo com declarações, esta segunda-feira, de um responsável do Hamas. Pelo contrário, fonte egípcia citada pelo canal televisivo estatal declarava, esta manhã, que tinham sido registados progressos e que um dos assuntos era a libertação dos 129 reféns israelitas ainda detidos na Faixa de Gaza.
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As conversações entre os mediadores internacionais – Egipto, Estados Unidos e Qatar - retomaram este domingo no Cairo, seis meses após o início da guerra, depois de mais de 33.100 palestinianos terem morrido nos bombardeamentos e perante uma crise humanitária flagrante num território onde 2,4 milhões de palestinianos estão ameaçados de fome, segundo a ONU, já que a ajuda só chega a conta-gotas mediante o controlo total de Israel.
Ontem foi anunciada a retirada do exército israelita de Khan Younès, no sul da Faixa de Gaza, tendo em vista a “preparação de futuras operações”. No mesmo dia, o ministro da Defesa Yoav Gallant disse que os soldados “se preparam para continuar o seu trabalho na zona de Rafah”.
Actualmente, a cidade de Rafah concentra um milhão e meio de palestinianos, grande parte dos quais ali encontrou refúgio com o avançar da guerra. O próprio primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, reafirmou a sua vontade de “erradicar o Hamas em toda a Faixa de Gaza, incluindo em Rafah”.
Entretanto, a guerra continua a ter repercussões na fronteira entre o Líbano e Israel. O exército israelita afirmou, este domingo, que concluiu uma “nova fase” na sua preparaçao para “a guerra” nesta fronteira onde se intensificam confrontos com o Hezbollah.
A Alemanha enfrenta, esta segunda-feira, acusações da Nicarágua no Tribunal Internacional de Justiça, a mais alta jurisdição da ONU, em Haia, nos Países Baixos. Manágua acusa Berlim de “facilitar a prática de genocídio” contra os palestinianos com o seu apoio militar a Israel.
A Nicarágua pede aos juízes medidas urgentes para impedir que a Alemanha forneça armas e outras ajudas a Israel. Num documento de 43 páginas, Manágua afirma que Berlim viola a Convenção das Nações Unidas sobre o genocídio de 1948, criada após o Holocausto.
“Ao enviar equipamento militar e ao retirar fundos à Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos, a Alemanha facilita a prática de genocídio”, pode ler-se no documento entregue ao tribunal. “A falha da Alemanha é ainda mais repreensível no que diz respeito a Israel, dado que a Alemanha tem uma relação autoproclamada privilegiada com este país, o que lhe permitiria influenciar o seu comportamento."
Esta manhã, em tribunal, o advogado da Nicarágua, Alain Pellet, argumentou que "a Alemanha estava e está plenamente consciente dos riscos que as armas que forneceu e continua a fornecer a Israel" sejam usadas "para cometer genocídio contra o povo palestiniano”. Por isso, defendeu que “é extremamente urgente" que Berlim suspenda a ajuda militar.
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