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Equador

Equador: polícia invade embaixada mexicana, levando à ruptura das relações diplomáticas

Quito – Os diplomatas mexicanos em Quito, capital do Equador, saem este domingo 7 de Abril do país, dois dias depois do ataque policial contra a embaixada do México, que causou a ruptura das relações diplomáticas entre os dois países.

Polícias e militares frente à embaixada do México, em Quito, a 5 de Abril de 2024.
Polícias e militares frente à embaixada do México, em Quito, a 5 de Abril de 2024. REUTERS - Karen Toro
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Um grupo de agentes da polícia do Equador invadiu, a 5 de Abril, a embaixada mexicana em Quito, onde estava refugiado Jorge Glas, antigo vice-presidente equatoriano e próximo do ex-Presidente de esquerda Rafael Correa (2007-2017), exilado na Bélgica.

A invasão pelas autoridades equatorianas ao local diplomático mexicano aconteceu horas depois do México ter concedido asilo político a Jorge Glas, e terminou com a sua detenção (confirmada pelas autoridades de Quito).

O vice-presidente equatoriano, alvo de um mandado de prisão por desvio de fundos públicos, procurou refúgio na embaixada mexicana a 17 de Dezembro, numa decisão que agravou ainda mais as tensões entre os dois governos, e aguardava autorização para voar para o México.

A ministra equatoriana dos Negócios Estrangeiros, Gabriela Sommerfeld, disse no sábado que o Equador tinha esgotado o diálogo com o executivo mexicano e que sabia do risco de fuga iminente de Glas.

Momentos depois da invasão da embaixada, o Presidente do México Andrés Manuel López Obrador (AMLO) ordenou a suspensão das relações diplomáticas com o Equador, uma medida seguida também pela Nicarágua, e criticou uma violação do direito internacional e da soberania do seu país. 

A tensão entre os dias países já tinha deflagrado no dia anterior, quando  AMLO afirmou que a vitória do Presidente equatoriano de direita Daniel Noboa em 2023 tinha sido facilitada pelo assassinato do candidato Fernando Villavicencio.

Ruptura das relações diplomáticas

O Ministério dos Negócios Estrangeiros mexicano anunciou a 6 de Abril o encerramento da embaixada em Quito por tempo indeterminado, suspendendo os serviços consulares para mais de 1.600 mexicanos que vivem no Equador. Um grupo de 18 diplomatas mexicanos e familiares regressa este domingo ao México. 

Diversos líderes latino-americanos, como os Presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, Gustavo Petro, da Colômbia, e Gabriel Boric, do Chile, além do Governo da Argentina, já condenaram a invasão.

Um grupo de manifestantes protestou no sábado em frente à embaixada do Equador na Cidade do México, cercada por agentes das forças de segurança, que colocaram cercas metálicas em torno do edifício.

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