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França/Rússia

Macron fala em “manipulação de informação” por Moscovo

Esta quinta-feira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, falou em “manipulação da informação” e de “comentários barrocos e ameaçadores” da Rússia depois do telefonema, na véspera, entre os ministros da Defesa de ambos os países, Sébastien Lecornu e Sergueï Choïgou. Moscovo disse “esperar” que os serviços secretos franceses não estejam implicados no atentado que matou 144 pessoas a 22 de Março em Moscovo.

Emmanuel Macron, Presidente francês. Palácio do Eliseu. 4 de Abril de 2024.
Emmanuel Macron, Presidente francês. Palácio do Eliseu. 4 de Abril de 2024. AFP - LUDOVIC MARIN
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"Os comentários da parte russa foram barrocos e ameaçadores. Não é novo, mas é uma manipulação da informação (…) que faz parte do arsenal de guerra que é usado hoje pela Rússia”, declarou Emmanuel Macron, sublinhando que se trata de um “crescimento da postura agressiva da Rússia”.

O Presidente francês admitiu, hoje, ter pedido ao director dos serviços de informação e ao ministro para falarem com os seus homólogos por se dispor de “informações úteis (…) sobre as origens e a organização deste atentado”. Este é um raro caso de contacto de alto nível entre os dois países, cuja relação tem sido afectada pela guerra de dois anos na Ucrânia.

"É ridículo afirmar que a França poderia estar por detrás [do atentado], que os ucranianos estão por detrás, tudo isso não tem sentido e não corresponde à realidade”, declarou Emmanuel Macron, à margem da inauguração de um centro aquático para os Jogos Olímpicos em Paris.

O atentado de 22 de Março em Moscovo, que matou 144 pessoas, foi reivindicado pela fileira afegã do grupo Estado Islâmico. O Kremlin responsabilizou "islamitas radicais", mas denunciou um envolvimento da Ucrânia, coordenado por ocidentais.

De acordo com Paris, durante o telefonema, Sébastien Lecornu "lembrou a disponibilidade de França" de fazer "intercâmbios maiores" com a Rússia na luta contra o terrorismo, depois do atentado de 22 de Março.

O ministro francês pediu a Moscovo para "parar toda a instrumentalização” e insistiu no facto de a França não dispor de qualquer informação que permita fazer uma ligação entre a Ucrânia e o atentado. A resposta do homólogo, em comunicado, foi que “o regime de Kiev não faz nada sem o aval dos supervisores ocidentais” e que espera que "os serviços secretos franceses não estejam por detrás disto”.

Sergueï Choïgou também criticou Sébastien Lecornu pela sugestão de França de enviar soldados ocidentais para a Ucrânia e alertou que isso "criaria problemas para a França". O ministro francês insistiu que "a França continuará a apoiar a Ucrânia" na guerra contra a Rússia.

Por outro lado, o ministro russo da Defesa indicou, depois do telefonema, que ambos os países estavam "dispostos a dialogar" sobre o conflito na Ucrânia. Porém,fonte do governo francês negou que na conversa se tivesse discutido um eventual "diálogo" entre Paris e Moscovo sobre a Ucrânia. "A França não aceitou nem propôs nada" nesse sentido, declarou a fonte citada pela agência France Presse, desmentindo o governo russo.

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