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Bélgica

Ministros da agricultura da União Europeia reunidos, com protestos à margem

Bruxelas – Centenas de tractores paralisaram na segunda-feira o centro de Bruxelas, à margem de uma reunião dos ministros da agricultura da União Europeia. Estes deveriam procurar simplificar, nomeadamente, a Política Agrícola comum.A polícia teve que intervir para apagar focos de incêndios ateados pelos manifestantes.

Protestos de agricultores em Bruxelas a 26 de Fevereiro de 2024.
Protestos de agricultores em Bruxelas a 26 de Fevereiro de 2024. AP - Harry Nakos
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Os protestos têm estado a assolar, para além da Bélgica, países como Espanha, Portugal e a França. Uma das razões do descontentamento dos agricultores prende-se com o peso de regras dos 27.

A União Europeia já tinha instaurado alguma flexibilidade quanto ao sistema de pousio, muitos agricultores pedem uma flexibilização da obrigação das rotações de culturas e a simplificação da PAC, Política agrícola comum.

Os agricultores exigem também restrições quanto à importação de cereais ucranianos, o que Bruxelas aceitaria, mas até ao momento sem satisfazer plenamente o sector.

O assunto continua a suscitar muita controvérsia na Polónia onde camponeses têm bloqueado a fronteira e despejado nas estradas produtos ucranianos.

E isto numa altura em que em Paris decorre a emblemática Feira internacional da agricultura, cujo arranque foi adiado devido a protestos de camponeses, à margem da visita do presidente Emmanuel Macron.

Francisco Mendes do Fumeiro Artesanal de Seia (Portugal) na Feira internacional da agricultura de Paris a 26 de Fevereiro de 2024.
Francisco Mendes do Fumeiro Artesanal de Seia (Portugal) na Feira internacional da agricultura de Paris a 26 de Fevereiro de 2024. © rfi/Miguel Martins

Presente no certame está Francisco Mendes, director de vendas da empresa portuguesa Fumeiro de Seia. Ele alerta para a necessidade de criar incentivos para que os jovens não voltem todos as costas à vida no campo.

"Os jovens quando iniciam uma actividade, seja lá qual for, iniciam por baixo. As actividades são pequenas. Hoje em dia as actividades pequenas na Europa não têm reconhecimento, nem têm capacidade para ser sustentáveis. Enquanto não se começar a olhar para isso e a apostar na agricultura e nos jovens que se dediquem a esta área e à vida difícil que esta área implica... se viermos todos viver para as cidades e prestar serviços não funciona.

E acho que é essa a diferença entre a qualidade de vida e o que ganha alguém que vive numa cidade grande e que vai ao supermercado, e que tem tudo. E que tem uma formação numa certa área, certo, mas, depois temos de ter consciência que há o primário ! E o primário o jovem, hoje, é muito difícil uma pessoa ter a actividade agrícola como principal actividade, começando do zero.

E é para aí que tem de se olhar porque se não, daqui a vinte anos, só vamos ter serviços e malta das engenharias e os prédios da cidade cheios de gente. E os campos sem ninguém, mas depois, também, não vai haver nada para comer, nem para beber. "

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