Intensificação da ofensiva israelita a Rafah faz temer uma intervenção terrestre

Rafah/Faixa de Gaza – O Egipto está a aumentar o dispositivo de segurança na fronteira com Gaza. O Cairo enviou 40 tanques e veículos blindados nas duas últimas semanas. Esta mobilização coincide com uma eventual ofensiva israelita em Rafah, cidade na fronteira com o Egipto, para onde os palestinianos estão a ser empurrados. Rafah tem actualmente um milhão e 300 mil palestinianos, o que perfaz mais de metade da população do enclave, que não têm para onde ir.

Uma vista da cidade de Rafah bombardeada pelo exército israelita a 9 de fevereiro de 2024. AFP - SAID KHATIB

As forças armadas de Israel dizem haver quatro batalhões do Hamas em Rafah que têm de ser desmantelados. Israel diz estar a preparar um plano de evacuação de civis por razões humanitárias e para apaziguar observadores internacionais, mas não se compreende como tal possa ser executado. Entretanto os EUA afirmaram ontem que se opõem a esta ofensiva, mas não se percebe que impacto esse posicionamento possa ter. 

Tel Haviv parece não ter intenções de parar a ofensiva em Gaza até liquidar completamente o Hamas - grupo islamita que governa o enclave desde 2006. A contagem decrescente para a ofensiva em Rafah parece imparável, especialmente depois de o acordo de cessar-fogo proposto pelo Hamas esta semana que pedia 135 dias de trégua, ter sido categoricamente recusado pelo primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu.

O reforço de segurança da parte do Egipto na fronteira de Gaza é mais um sinal de como a tensão proveniente da guerra entre Israel e o Hamas está a alastrar para outros países da região. Este conflito, que começou há mais de quatro meses, levou já a ataques de pequena escala no Iémen, Iraque, Síria, Líbano, Jordânia e na península do Sinai, no Egipto.

Pelo menos 25 pessoas foram mortas esta madrugada, na sequência de bombardeamentos israelitas em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde se encontra mais de um milhão de deslocados.