Ruas de Beirute em polvorosa após ataque a hospital de Gaza

Médio Oriente – O conflito na Faixa de Gaza opondo Israel e o movimento palestiniano Hamas tem ganho cada vez mais contornos internacionais. O ataque na noite de terça-feira num hospital de Gaza veio provocar uma agudização da tensão e dos protestos contra Israel, caso do vizinho Líbano.

Protestos no Líbano a 17 de Outubro de 2023. © João Sousa / RFI

Centenas de manifestantes encheram as ruas de Beirute ontem à noite para protestar contra a situação crítica em Gaza, nomeadamente na sequência do ataque que atingiu o Hospital Anglicano em Gaza e que causou centenas de mortes. 

Os manifestantes, a maioria jovens, foram até às embaixadas dos Estados Unidos da América e França em Beirute, onde demonstraram raiva e indignação em solidariedade com a causa Palestiniana.

Até ontem, protestos no Líbano contra a crise humanitária na Faixa de Gaza, resultado da guerra entre Israel e o Hamas intensificada desde o dia 7 de Outubro, tinham sido esporádicos e com reduzida participação. No entanto, o bombardeamento do hospital gerou uma onda de revolta colectiva e espera-se que os protestos se intensifiquem nos próximos dias.

A guerra tem também afectado o Líbano, especialmente na região sul, palco de ataques militares mútuos entre Israel e o Hezbollah, resultando em mais de uma dezena de mortos, incluindo civis e Issam Abdallah, videógrafo da Reuters, morto no dia 13 deste mês.

Entretanto, tanto o primeiro-ministro Najib Mikati e respectivo executivo como o próprio Hezbollah têm tentado evitar arrastar o Líbano para uma guerra oficial com Israel. É de realçar que o Secretário-Geral do grupo xiita Hassan Nasrallah ainda não discursou desde o início da guerra.

Tudo indica que a visita de hoje de Joe Biden a Israel poderá ser determinante para o futuro do conflito e das tensões crescentes no Médio Oriente. 

Confira aqui a correspondência de João Sousa, a partir de Beirute.

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Correspondência de Beirute, 18/10/2023