Pequim recomenda que Manilha evite "provocações" em disputa territorial

A China recomendou hoje às Filipinas que "evite as provocações" no mar da China, depois de guardas costeiros filipinos terem desmantelado ontem uma barreira flutuante junto do ilhéu de Scarborough cuja soberania é reivindicada tanto por Manilha como por Pequim.

Um Guarda Costeiro filipino corta a corda que liga a barreira flutuante que foi instalada perto do Scarborough no Mar da China, numa foto sem data divulgada no dia 25 de Setembro de 2023. © via REUTERS - Guardas Costeiros das Filipinas

As pretensões territoriais de Pequim sobre boa parte das ilhas situadas sobre o Mar da China estão a gerar mais um contencioso entre o regime de Xi Jinping e os seus vizinhos.

Depois de ter sido descoberto na semana passada um dispositivo de 300 metros de comprimento impedindo os pescadores filipinos de aceder às águas pouco profundas e muito ricas em pescado do ilhéu de Scarborough, as autoridades de Manilha ordenaram o desmantelamento ontem dessas barreiras nesse território de que a China se apoderou em 2012.

Questionado hoje sobre este assunto, um porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin disse que o seu país "defende firmemente a sua soberania, assim como os seus direitos e interesses sobre a ilha de Huangyan (o nome chinês do ilhéu de Scarborough). Recomendamos às Filipinas que não façam provocações e que nem criem distúrbios".

Em resposta, Eduardo Ano, conselheiro para a segurança nacional das Filipinas, indicou em comunicado que o seu país "tem absolutamente o direito de suprimir toda e qualquer barreira" nesse território, "dado que isto viola os nossos direitos marítimos".

O Ilhéu de Scarborough que fica a uns 240 quilómetros a oeste da principal ilha das Filipinas e a uns 900 da ilha chinesa de Hainan, no meio de uma das principais rotas comerciais do mundo, tem estado no centro de disputas entre os dois países há já alguns anos. Em 2013, as Filipinas reclamaram uma decisão da justiça internacional relativamente à soberania desse ilhéu. Apesar de uma decisão a favor de Manilha em 2016, a China não acatou o veredicto da justiça internacional.