José Lima: «Se houver uma oportunidade, Portugal vai tentar ganhar um jogo neste Mundial»
A Selecção Portuguesa de Râguebi vai realizar o seu segundo encontro no Campeonato do Mundo que decorre em França. Os portugueses vão defrontar a Geórgia em Toulouse neste sábado, 23 de Setembro.
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Cerca de uma semana após a estreia, e a derrota, de Portugal perante o País de Gales em Nice, os ‘Lobos’ vão agora disputar o seu segundo encontro, desta vez frente aos georgianos em Toulouse, novamente no Sul da França.
A Selecção Portuguesa perdeu por 28-8 frente aos galeses no Estádio de Nice e ocupa actualmente o último lugar, com os mesmos pontos do que a Geórgia que foi derrotada pela Austrália por 35-15.
Neste Grupo C, e após dois jogos disputados para as três primeiras equipas, o País de Gales lidera com dez pontos, à frente da Austrália e das Ilhas Fiji com seis pontos.
Recorde-se que os três primeiros países de cada grupo se apuram directamente para o próximo Mundial em 2027, enquanto apenas os dois primeiros seguem para os quartos-de-final da prova organizada em território francês.
Portugal ainda tem três jogos pela frente, o próximo é já neste sábado 23 de Setembro frente à Geórgia.
As duas nações nunca se defrontaram no Campeonato do Mundo, mas enfrentam-se regularmente nos torneios europeus.
No último confronto, a 19 de Março de 2023, na final do Torneio Europeu das Nações, prova que não conta com as suas principais selecções europeias - Inglaterra, País de Gales, Irlanda, Escócia e França -, a Geórgia venceu por 38-11 a Selecção Portuguesa.
A RFI falou com um dos capitães da equipa lusa, José Lima, que abordou o encontro frente aos georgianos, mas também analisou a derrota frente aos galeses.
RFI: A Geórgia é ‘O’ jogo que Portugal tem de vencer?
José Lima: Não, porque ainda temos três jogos. O que é certo é que, de todas as equipas neste grupo, é aquela que conhecemos melhor. É aquela que, se calhar, aproxima-se mais do nosso nível. Mas acho que vamos encarar a Geórgia como encarámos o País de Gales. Temos muito respeito pela Geórgia, é uma grande equipa. E acho que não é por ser a Geórgia, ou a Austrália ou até o País de Gales, que nós vamos mudar aquilo que nós somos. Vamos sempre para os encontros da mesma maneira, e continuo a dizer que se houver uma oportunidade para ganhar um jogo, nós vamos agarrá-la com certeza.
RFI: Como foi a sua estreia na prova frente ao País de Gales?
José Lima: Foi óptima, foi uma sensação fantástica este primeiro encontro. Claro que queremos sempre mais, que há sempre erros pessoais que queremos corrigir, mas acho que estou satisfeito com a minha prestação e muito feliz por ter realizado um sonho.
RFI: É um momento especial ouvir o hino no Mundial?
José Lima: Sim, é sempre um momento especial cantar o hino, isto sobretudo para mim que estou há 12 anos fora de Portugal. A saudade vem sempre ao de cima quando canto o hino e ainda mais frente aos galeses, que foi o culminar de tantos anos de esforço e de dedicação a esta selecção. É um sonho tornado realidade e isso torna as coisas mais emocionantes.
RFI: Os adeptos portugueses estiveram presentes no Estádio de Nice na estreia frente aos galeses, como sentiu esse apoio?
José Lima: É verdade, somos um povo incrível. Em qualquer lado do mundo temos imensos portugueses atrás de nós. A verdade é que frente ao País de Gales prestaram-nos uma grande homenagem e espero que nos próximos jogos assim seja também. Acho que muito do resultado perante os galeses veio do apoio das bancadas, da motivação que eles trazem, e espero que continue assim.
RFI: Que análise pode fazer da derrota perante o País de Gales?
José Lima:Alguma desilusão, não é? Porque a verdade é que acabámos o jogo a sofrer um ensaio, se não teria terminado 21-8. A verdade é que acabámos por cometer alguns erros que nos saíram caros e a este nível, assim que cometemos um erro, há pontos sofridos logo a seguir. Foi uma boa lição.
RFI: Portugal quase esteve na frente e poderia ter estado a vencer por 0-3, isso influenciou o jogo?
José Lima: São coisas que poderiam ter mudado um bocado o jogo, mas não foi isso que decidiu o fecho final. São detalhes que podemos melhorar. É verdade que nos dois ensaios que sofremos, nesse momento, tínhamos nós a bola, e acabámos por perder a bola e sofrer ensaios. Na primeira parte estávamos no meio campo deles, perdemos a bola e levámos um ensaio. No último ensaio da primeira parte, também tínhamos a posse, perdemos a bola e levámos um ensaio. Mas pronto isto também é o facto de jogarmos a este nível. Faz parte da evolução que temos de ter. O bom disto tudo é que ainda temos três jogos pela frente. Vamos evoluir muito com o encontro frente ao País de Gales. A nossa qualidade e a nossa crença na nossa equipa fazem que vamos acreditar ainda mais naquilo que podemos fazer. Já estamos prontos para atacar a Geórgia.
RFI: Acreditou na vitória perante os galeses?
José Lima: Acho que sim. Acho que não é mentira nenhuma se dissermos que estivemos dentro do jogo. Estivemos a disputar o jogo até ao fim e acho que não é uma loucura dizer que jogámos a pensar na vitória. A verdade é que, se não levamos aquele ensaio antes do intervalo, íamos para o balneário apenas a perder por 7-3. Uma situação certamente inacreditável para muita gente. Então sim, acreditamos, e acho que estamos no caminho certo. Temos três jogos para ainda dar muitas alegrias aos portugueses e criar algumas surpresas.
José Lima, internacional português 18-09-2023
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