Acesso ao principal conteúdo
BRICS

BRICS: cimeira com intervenção vídeo de presidente russo Vladimir Putin

África do Sul – A cimeira dos BRICS decorre até 24 de Agosto em Joanesburgo, na África do Sul. O grupo de potências emergentes reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e seduz além fronteiras. O bloco, em reacção contra o domínio das potências mais industrializadas do mundo, do G7, não deveria, porém, segundo analistas, contemplar alargamentos de imediato. E isto não obstante cerca de 40 candidatos. O presidente russo, Vladimir Putin, deve proferir uma alocução à distância por vídeo.

Presidente chinês Xi Jinping com o seu anfitrião sul-africano Cyril Ramaphosa em Pretória a 22 de Agosto de 2023.
Presidente chinês Xi Jinping com o seu anfitrião sul-africano Cyril Ramaphosa em Pretória a 22 de Agosto de 2023. REUTERS - ALET PRETORIUS
Publicidade

O chefe de Estado russo que está sob mandado de captura do Tribunal penal internacional, reconhecido pelo país anfitrião, a África do Sul, arriscar-se-ia a ser detido por ser suspeito de crimes de guerra perpetrados desde a invasão em Fevereiro de 2022 da Ucrânia.

A Rússia é representada pelo seu chefe da diplomacia, Serguei Lavrov, mas o presidente, Vladimir Putin, deve, ainda assim, dirigir uma alocução à distância por vídeo durante a cimeira.

Os restantes países do bloco estão representados ao mais alto nível num evento onde comparecem também, por exemplo, o estadista cubano, que chefia o bloco dos 77, de países em vias de desenvolvimento e a China, ou o secretário geral da Organização das Nações Unidas, o português António Guterres.

Celso Amorim, chefe da diplomacia do Brasil, em declarações colhidas por Lúcia Müzell, da redacção brasileira da RFI, admite que o interesse de tantos países por aderirem aos BRICS é a prova de uma nova ordem mundial que se afasta, cada vez mais, da realidade do passado ditada pelo G7.

Há uma nova realidade no mundo. Faz parte de uma nova organização mundial. A ordem mundial é que não pode ser ignorada. Eu acho que esta reunião deixa muito claro isso: a importância de um grupo de países em desenvolvimento, originalmente criado com a participação do Brasil, desde o início, e que agora é uma afirmação global. 

Eu acho que todo esse interesse, inclusive, que existe na expansão: países que desejam ser pareceiros, ou membros plenos dos BRICS, demonstra que há uma nova força no mundo. Que o mundo não pode ser visto mais como ditado pelo G7. Aliás o Obama já tinha percebido isso quando tinha dito que o G20 tinha substituído o G7. Mas agora acaba havendo uma tendência, em função das rivalidades entre os Estados Unidos e a China, em função da própria guerra na Ucrânia. Estava havendo uma retracção. Eu acho que, acima de tudo, essa reunião dos BRICS, com esse grande interesse do enorme grupo de países em desenvolvimento, demonstra que o mundo é mais complexo do que isso.

01:03

Celso Amorim, chefe da diplomacia do Brasil, registo de Lúcia Müzell

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.