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Brasil

Cimeira da Amazónia : criação de aliança contra a desflorestação mas sem metas concretas

Reunidos desde ontem em Belém, no norte do Brasil, para discutir sobre a necessidade de preservar a floresta amazónica, os oito países abrangidos na OCTA, Organização do Tratado de Cooperação Amazónica, decidiram ontem formar uma aliança contra o desmatamento mas sem fixar metas concretas.

Os países sul-americanos da Amazónia decidiram nesta terça-feira formar uma «aliança» contra o desmatamento, durante a cimeira da Amazónia, em Belém, nestes dias 8 e 9 de Agosto de 2023.
Os países sul-americanos da Amazónia decidiram nesta terça-feira formar uma «aliança» contra o desmatamento, durante a cimeira da Amazónia, em Belém, nestes dias 8 e 9 de Agosto de 2023. © Eraldo Peres / AP
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Estipulada numa declaração comum rubricada ontem no primeiro dos dois dias de cimeira, a criação da ‘Aliança amazónica de combate contra a desflorestação’ tem por objectivo «promover a cooperação regional no combate contra a desflorestação para evitar que a Amazónia atinja o ponto de colapso» mas refere que cada país conserva a liberdade de prosseguir os seus próprios objectivos nesta matéria.

Nas 113 páginas do documento que coloca detalhadamente os pontos em que os países amazónicos deveriam cooperar no domínio da gestão da água, da saúde, ou ainda de desenvolvimento sustentável, não aparece nenhuma meta vinculativa.

Nesta cimeira que o Presidente do país hóspede, Lula da Silva, tinha apresentado como uma «viragem» para a floresta amazónica, os participantes não conseguiram chegar a um consenso sobre a meta comum de erradicar totalmente a desflorestação até 2030, este objectivo estando para já apenas na mira do Brasil.

Também não conseguiram chegar a um acordo sobre um calendário para acabar com o garimpo, uma das causas do desmatamento, juntamente com o agro-negócio ou ainda o tráfico de madeira.

Os oito países membros da OCTA, aos quais hoje se juntam países e entidades exteriores a esta organização, nomeadamente a França, a Alemanha e a Noruega, principais financiadores do Fundo Amazónia, também não conseguiram estabelecer objectivos comuns quanto ao posicionamento a ser adoptado face às energias fósseis.

Apesar de a Colômbia defender que «desflorestação zero não é suficiente» e que «é preciso abandonar as energias fósseis», países como a Venezuela e o Brasil, grandes produtores de petróleo, mostram-se mais renitentes em assumir compromissos relativamente a este pelouro.

Com uma superfície de 6,7 milhões de km², o espaço da floresta amazónica que se estende por oito países da América do Sul, representa 10% da biodiversidade mundial.

De acordo com cientistas, se a desflorestação tiver destruído 25% da Amazónia, atingir-se-á um ponto em que esta floresta passará a produzir mais dióxido de carbono do que absorve, o que agravaria o aquecimento global.

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