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Israel reconhece a soberania de Marrocos sobre o Saara Ocidental

Israel reconheceu oficialmente a soberania de Marrocos sobre o Saara Ocidental na segunda-feira. A informação foi avançada pelo gabinete da casa real alauita em comunicado, no qual confirma que rei Mohammed VI recebeu uma carta do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu. Esta manobra política é uma tentativa de Tel Aviv de se reaproximar de Rabat após vários meses de “relações frias”.

Israel reconheceu oficialmente a soberania de Marrocos sobre o Saara Ocidental na segunda-feira. Esta manobra política é uma tentativa de Tel Aviv de se reaproximar de Rabat após vários meses de “relações frias”.
Israel reconheceu oficialmente a soberania de Marrocos sobre o Saara Ocidental na segunda-feira. Esta manobra política é uma tentativa de Tel Aviv de se reaproximar de Rabat após vários meses de “relações frias”. RFI
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Esta informação foi confirmada pela diplomacia marroquina nas redes sociais: "Sua Majestade Mohammed VI recebeu uma carta do primeiro-ministro Benyamin Netanyahu, que chamou a atenção do rei para a decisão do Estado de Israel de reconhecer a soberania de Marrocos sobre o território do Sahara Ocidental.”

Neste mesmo comunicado, a diplomacia marroquina informa que Israel também sublinhou que esta decisão será "transmitida às Nações Unidas, às organizações regionais e internacionais de que Israel é membro e a todos os países com os quais Israel mantém relações diplomáticas". Na sua carta, o Primeiro-Ministro israelita informou que o seu país está a examinar positivamente "a abertura de um Consulado na cidade de Dakhla", como parte da implementação desta decisão de Estado.

Esta posição inscreve-se nos esforços diplomáticos de Washington para que os Estados do Golfo e do África normalizassem as relações com Tel Aviv, através dos Acordos de Abraão, anunciados em Agosto, mas assinados oficialmente em Setembro de 2020 entre os Estados Unidos, os Emirados Unidos e o Bahrein. Em Dezembro foi a vez do Sudão e de Marrocos assinarem este acordo. Na época a administração de Donald Trump reconheceu a soberania marroquina sobre o Saara como moeda de troca para que o reino cherifiano aceitasse a reaproximação com o Estado hebreu.

Desde a normalização das relações entre as capitais, múltiplos acordos bilaterais foram assinados nos sectores do turismo, da economia e da defesa. Não obstante, Rabat e Tel Aviv vivem nos últimos meses um esfriar das relações, devido à pressão popular exercida pelos cidadãos marroquinos que se opõem à decisão do governo, que forçam a diplomacia marroquina a equilibrar a sua postura.

Nesta senda, Rabat condenou com veemência a “colonização, a repressão e a violência israelita contra os palestinianos”. Posteriormente, Marrocos também renunciou a sediar o Fórum de Neguev, uma cimeira que reuniria os Estados Unidos, Israel e os demais países árabes em Junho.

Esta manobra política de Netanyahu é uma sinalização de que está disposto a reviver as relações entre os dois países, e que pretende contar com o apoio do governo marroquino num futuro próximo.

Desde o retorno do antigo império cherifiano à União Africana em 2017, cuja participação foi suspensa pela inclusão por parte da organização continental do Saara Ocidental, Marrocos opera uma nova estratégia geopolítica que almeja obter o reconhecimento da sua integridade territorial.

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