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NATO

Cimeira da NATO em Vilnius "não vai terminar" com adesão da Ucrânia

Volodymyr Zelensky já está em Vilnius, com os líderes dos países da NATO, mas não se deve esperar uma entrada da Ucrânia nesta organização sem antes haver paz no país. O que deverá sair deste encontro é um processo acelerado de adesão, segundo explicou o jornalista e autor Germano Almeida.

A foto de família da Cimeira da NATO, que decorre em Vilnius, na Lituânia, até dia 12 de Julho.
A foto de família da Cimeira da NATO, que decorre em Vilnius, na Lituânia, até dia 12 de Julho. AP - Pavel Golovkin
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Esta Cimeira da NATO, que decorre entre hoje e amanhã em Vilnius, na Lituânia, vai servir para cimentar o apoio dos Estamos-membros à Ucrânia, mas da capital lituana, Volodymyr Zelensky, que se vai encontrar pessoalmente com os seus homólogos entre hoje e quarta-feira, não vai levar à adesão garantida do seu país nos próximos tempos.

"Estamos a falar de uma adesão, mas não já. Essa adesão é um impossibilidade neste momento pelas piores razões possíveis. Desde logo porque já é tarde, por um lado, porque se a Ucrânia tivesse entrado na NATO há uns anos não haveria nada disto porque a Rússia não se atreveria a invadir um país NATO, portanto, o mal está feito. A Ucrânia devia ter entrado antes. Todos os países do ex-Pacto de Varsóvia tinham razões para querer entrar na NATO e está aqui a prova. Neste momento, com a Ucrânia em guerra, percebe-se porque é que não pode entrar já, porque senão era a NATO toda que entrava em guerra", explicou Germano Almeida.

O jornalista e autor do livro "A Guerra Incomportável", sobre a guerra da Ucrânia, considera que de Vilnius, a Ucrânia vai levar sim a garantia de um processo acelerado de adesão, quando as condições forem mais favoráveis.

"Vai acontecer outra coisa qualquer que vai passar por passar à frente do plano para a adesão, que tem um conjunto de pressupostos, em que há um consenso alargado no sentido que a Ucrânia tenha um género de fast track para entrar na NATO, tal como já tem para entrar na União Europeia e isso já seria um bom avanço para Zelensky. Mas não acreditemos que a Cimeira vai terminar com a Ucrânia na NATO, isso não vai acontecer assim. Vai demorar muito tempo", declarou.

Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, garantiu que o país terá uma resposta "positiva" e "clara" dos seus aliados. Esta é uma resposta que deverá passar pelo reforço do armamento doado ao país, como já garantiram tanto os Estados Unidos como a França, que anunciou a doação de misseis de longo alcance a Kiev.

Este é um momento em que a NATO está no centro da estratégia de segurança da Europa face à Rússia, algo que até há pouco tempo, muitos analistas não valorizavam, desacreditando esta organização.

"O que estamos a ver nestes dias é que sem a NATO estávamos desgraçados e convém nestes momentos recordarmos isso. Esta não é uma greve normal, esta é uma guerra de agressão em que um poder imperial baseado na força, que é a Rússia, queria voltar a ter esse poder e, em vez de respeitar acordos, quis redefinir fronteiras à força bruta e se não fosse a NATO, a Rússia entrava por aí acima e não parava na Ucrânia", concluiu Germano Almeida.

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