Acesso ao principal conteúdo
Médio Oriente

Israel: Khader Adnane, primeiro detido palestiniano a morrer de greve de fome

Khader Adnane, alto dirigente da organização Jihad Islâmico, faleceu hoje depois de 80 dias de greve da fome numa prisão israelita, anunciaram as autoridades do estado Hebreu. Pouco depois desta que foi a primeira morte de um preso palestiniano por greve de fome, foram efectuados tiros de roquetes a partir da faixa de Gaza para Israel. Os tiros não foram reivindicados para já.

Khader Adnane, militante do movimento Jihad Islâmico, em Abril de 2012.
Khader Adnane, militante do movimento Jihad Islâmico, em Abril de 2012. AFP
Publicidade

De acordo com as autoridades penitenciárias, Khader Adnane, 45 anos, foi encontrado esta madrugada "inconsciente na sua cela" e foi transportado para o hospital. A morte do activista segue-se a 80 dias de greve da fome encetada logo após a sua detenção a 5 de Fevereiro, a administração da prisão alegando que ele "recusava passar exames médicos e receber tratamento".

Já várias vezes detido no passado, Khader Adnane já tinha também efectuado outras greves da fome, tendo granjeado visibilidade ao longo do tempo junto da população palestiniana.

Reagindo à sua morte, o ramo israelita da organização 'Physicians for human rights' referiu ter recentemente apelado à sua hospitalização "imediata", afirmando que a sua vida estava em perigo. De acordo com uma fonte israelita, o activista indiciado pelo seu envolvimento no Jihad Islâmico e por incitação ao ódio, tinha visto o seu pedido de libertação ser recusado pela justiça militar.

O chefe do governo palestiniano acusou Israel de ter "assassinado" Khader Adnane "rejeitando os seus apelos para a sua libertação, negligenciando-o e mantendo-o na sua cela, apesar da gravidade do seu estado de saúde".

Também indignado, o Jihad Islâmico, movimento palestiniano considerado "terrorista" por Israel, os Estados Unidos e a União Europeia, afirmou que Israel iria "pagar o preço deste crime".

Em conferência de imprensa, a esposa do activista declarou que a sua morte era motivo de "orgulho" e lançou um apelo para que não seja seguida de violência. "Não queremos que nem uma gota de sangue seja derramada, não queremos que alguém responda ao martírio do Sheik (Adnane), não queremos que alguém lance tiros de roquetes e depois ataque Gaza", disse.

Este apelo contudo não foi ouvido. Ao amanhecer, três roquetes e um morteiro foram disparados de Gaza contra Israel, sem causar vítimas, indicou o exército israelita. Esta manhã também, de acordo com jornalistas no local, comerciantes palestinianos da Cisjordânia ocupada mantiveram os seus estabelecimentos encerrados, em resposta a um apelo à greve geral.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.