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Ucrânia / Rússia

Vladimir Putin efectua visita a Mariupol, cidade conquistada pelos russos

Vladimir Putin deslocou-se durante a noite de ontem a Mariupol, cidade portuária do sul da Ucrânia devastada pelos bombardeamentos que caiu em Maio do ano passado nas mãos das tropas russas depois de semanas de resistência. Esta visita que foi a primeira de Putin no Donbass desde o começo da ofensiva, provocou a ira de Kiev que denunciou neste domingo "o cinismo" do Presidente russo.

O Presidente russo Vladimir Putin (à esquerda) e o vice-primeiro-ministro Marat Khusnulline (à direita) durante a visita do teatro de Marioupol, na Ucrânia, área sob controlo da Rússia, neste 19 de Março de 2023.
O Presidente russo Vladimir Putin (à esquerda) e o vice-primeiro-ministro Marat Khusnulline (à direita) durante a visita do teatro de Marioupol, na Ucrânia, área sob controlo da Rússia, neste 19 de Março de 2023. AP
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No âmbito desta visita que o Kremlin diz ter sido "espontânea", a presidência russa refere que Vladimir Putin chegou de helicóptero, deu um passeio pela cidade dirigindo um carro e falou com alguns habitantes da cidade.

Ainda segundo o Kremlin, o Presidente russo acompanhou a apresentação de um relatório sobre as obras de reconstrução da cidade que ficou em ruínas, depois de semanas de bombardeamentos constantes antes de ser conquistada pelas tropas russas em Maio de 2022. De acordo com Kiev, mais de 90% da cidade foi destruída e pelo menos 20 mil habitantes morreram durante o seu cerco que a União Europeia qualificou de "crime de guerra maior".

Reagindo a esta deslocação, o ministério ucraniano da defesa apontou que Putin fez esta visita de noite "como se fosse um ladrão". Do lado da presidência ucraniana, Mykhaïlo Podoliak, um conselheiro, escreveu na rede Twitter que "os criminosos regressam sempre aos locais do crime. O assassino de milhares de famílias de Mariupol foi admirar as ruínas da cidade e os seus túmulos. Cinismo e falta de remorso".

No mesmo sentido, o Conselho Municipal de Mariupol, refugiado em território sob controlo ucraniano, condenou a visita da "cidade ocupada" por um "criminoso internacional", referindo-se ao mandado de captura emitido na sexta-feira pelo Tribunal Penal Internacional contra o Presidente russo, acusado de crime de guerra pela alegada deportação de crianças ucranianas rumo à Rússia. Uma acusação desmentida pelo país que, por outro lado, também reiterou não reconhecer a autoridade desse tribunal.

Esta visita de Mariupol aconteceu um dia depois de Vladimir Putin se ter deslocado à Crimeia, para marcar o nono aniversário da anexação desse território outrora controlado pela Ucrânia.

Refira-se ainda que esta visita antecede o início amanhã da visita oficial do Presidente chinês à Rússia, com o objectivo declarado de abrir uma "nova era" nas relações entre dois aliados. Pequim que até agora sempre manteve uma postura oficialmente neutra, tentou apresentar-se como mediador no conflito entre a Rússia e a Ucrânia, ao divulgar um roteiro para conversações de paz no passado mês de Fevereiro.

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