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Ataque/Ucrânia

Ucrânia: Ataque com míssil russo deixa 13 mortos em Zaporijia

Zaporijia – Em Zaporijia, no leste da Ucrânia, subiu para 13 o número de vítimas mortais de um ataque russo a um prédio residencial do centro da cidade. O jornalista José Pedro Frazao esteve no local e conta-nos como decorreu as operações de rescaldo deste ataque .

Bombardeamento em Zaporijia. Imagem de Arquivo.
Bombardeamento em Zaporijia. Imagem de Arquivo. © AFP - MARINA MOISEYENKO
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As máquinas retroescavadoras continuam a operar na zona atingida pelo míssil russo. Os bombeiros tentam retirar os escombros em busca de eventuais novas vítimas, mas um operacional no terreno adianta que não há suspeitas nesse sentido.

O número de vítimas subiu para 13, depois de terem sido encontrados hoje mais corpos. Entre as vítimas está uma criança de 8 meses. O alvo foi um prédio residencial de quatro andares no centro da cidade. Ao lado, podemos observar que não há instalações militares, mas apenas uma das mais altas torres de telecomunicações da cidade.

Zaporijia alvo de constantes ataques

A província de Zaporijia, no Leste da Ucrânia, tem sido alvo de ataques de mísseis nos últimos dias, mas nas aldeias da região o perigo vem da ofensiva terrestre. 

Ao longo do último ano, as aldeias da linha da frente foram sujeitas a vários bombardeamentos, sem aviso prévio. Os militares ucranianos tomam posição para defender os civis e travar qualquer intenção de invasão por parte dos russos, situados a poucos quilómetros.

Verkhnya Tersa é uma dessas aldeias na linha de progressão das forças russas, na província de Zaporizhia. Os militares ucranianos ocupam várias casas desta aldeia de 500 pessoas. Um terço dos habitantes fugiu para zonas mais seguras ou mesmo para o estrangeiro. Neste momento, o inimigo está a quinze quilómetros, mas há um ano os russos chegaram às portas desta terra.

Os primeiros dias foram muito assustadores. Os russos estavam apenas a quatro quilómetros, mas as nossas forças conseguiram travá-los. Eles nunca irão conseguir tomar esta aldeia”, diz Viktor Tytynik, o presidente da junta de freguesia que agrega vários dos lugares desta zona.

Presença dos militares ucranianos tranquiliza os habitantes

Muitas casas foram destruídas e, entretanto, reabilitadas. As três escolas da zona foram arrasadas. Quando a guerra começou, confessa Viktor, houve algum pânico, mas começaram logo a organizar a defesa das aldeias, apesar de não terem armas.

Hoje sentem-se mais seguros, com os militares por perto. Não há alarmes anti-aéreos, é uma lotaria ser atingido.

Não temos alarmes, mas temos um grande abrigo. E as pessoas têm as suas próprias caves. Já estamos habituados aos bombardeamentos, já conseguimos calcular. Quando ouvimos um ‘rocket’ russo começamos a contar e se não ouvirmos uma explosão ao fim de 14 segundos, significa que o alvo não somos nós”, explica Viktor.

Ao lado, o minimercado Magnolia vai atendendo militares a todo o momento. Há de tudo: comida, produtos de higiene, aqui não é preciso activar a ajuda humanitária. Olecsander tem 20 anos e com o irmão, de 15 anos, vão dando conta da loja, enquanto os pais se abastecem na cidade.

Em Novembro, o pai de Olecsander ficou ligeiramente ferido pelos estilhaços de um engenho russo disparado contra a aldeia. Mas a família não sai dali.

Sim, tenho medo, os russos podem atacar-nos, mas os nossos militares estão aqui para nos salvar. E eu tenho que ficar por eles porque eles salvaram a minha família”, confessa o jovem habitante da aldeia.

Ao longe, ouvem-se as explosões da linha da frente. Os militares percorrem a aldeia em todo o tipo de veículos. É um jogo de espera, de defesa das aldeias, numa das linhas da frente da guerra na Ucrânia.

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