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Ucrânia

Soldados voluntários bielorrussos ajudam Ucrânia na luta contra a Rússia

A Bielorrússia tem sido aliada de Putin na guerra da Ucrânia, mas há centenas de bielorrussos que desde o início do conflito atravessaram a fronteira para ajudar os ucranianos na linha da frente.

Soldados voluntários bielorrussos ajudam Ucrânia na luta contra a Rússia. Imagem de Ilustração.
Soldados voluntários bielorrussos ajudam Ucrânia na luta contra a Rússia. Imagem de Ilustração. © AP - Leo Correa
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Estivemos nos subterrâneos de Kiev onde estão abrigados os soldados voluntários bielorrussos que ganham força para o regresso ao combate no Donbass.

Lavitz é o nome de guerra de um antigo educador de infância bielorusso transformado em soldado. Uma pneumonia retirou-o da batalha de Bakhmut, obrigando-o a vir curá-la a Kiev. A esta hora já deve estar a chegar à linha da frente de uma batalha que não pode ficar pela Ucrânia.

"Se os travarmos na Ucrânia, teremos apenas um armistício de 5 anos ou de 10 anos no máximo. Nessa altura poderá eclodir uma nova guerra. Quando a guerra acabar, temos apenas que garantir a segurança no território ucraniano", afirma Lavitz, membro de um dos batalhões do regimento Kastus Kalinousku, composto por bielorrussos que combatem pela Ucrânia.

Entre eles está também o homem que dá pela alcunha de URSO, que estava na Ucrânia quando eclodiu a guerra, uma vez que a sua família é ucraniana. "Não tenho outra hipótese. Aqui luto pelo futuro e pela liberdade da Ucrânia e também da Bielorrússia".

São voluntários que se alistaram para travar duas batalhas em solo ucraniano. A mais urgente é aquela que tenta derrotar Putin, inclusive com ataques dentro da Federação Russa. "Estou totalmente convencido da necessidade não apenas de mais armas, mas também de armamento mais sofisticadas de longo alcance. Queremos combater esta guerra não apenas no território ucraniano como também no russo. Quando esses tontos nos sentirem no seu solo vão entender o que se passa aqui", promete Lavitz nesta conversa que antecede a sua partida para o Donbass.

A outra batalha, dizem estes soldados, é pela liberdade da Bielorrússia, liderada por um Presidente, Alexander Lukashenko, que admite entrar também na Ucrânia se o seu país for atacado. Mas estes soldados não acreditam nas palavras que vêm de Minsk nem mesmo às ameaças.

"Qualquer palavra de Lukashenko é uma mentira pura. Mesmo que o seu exército fascista decida atacar a Ucrânia, isto será apenas um pretexto para defendermos a Ucrânia e lançarmos uma operação de contra-ofensiva no território bielorrusso", remata um dos membros do regimento Kalinousku.

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Correspondência de José Pedro Frazão 23-02-2023

Soldados ucranianos.
Soldados ucranianos. © REUTERS - TOBY MELVILLE

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