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"Invasão russa da Ucrânia marca o fim da paz europeia"

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Assinala-se esta sexta-feira 24 de Fevereiro de 2023, um ano do início da invasão russa na Ucrânia. Um conflito que tirou a vida a milhares de pessoas, destruiu infra-estruturas e mudou um país. No último ano, com a ajuda de aliados, Kiev resiste aos ataques russos e acredita na vitória.

Casa destruída em Mariupol. 29/03/2022.
Casa destruída em Mariupol. 29/03/2022. REUTERS - ALEXANDER ERMOCHENKO
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"Tomei a decisão de uma operação militar especial. Vamos esforçar-nos para alcançar a desmilitarização da Ucrânia",  estas foram as palavras de Vladimir Putin, ditas pouco antes das 6h da manhã de 24 de Fevereiro de 2022, marcando o início das hostilidades. Há quase um ano, o Presidente russo decidir invadir a Ucrânia. Desde então, as perdas militares têm sido abismais. Segundo a Noruega, 180.000 soldados russos foram mortos ou ficaram feridos num ano de conflito, 100.000 do lado ucraniano, sem contar os civis.

"Esta guerra não é apenas uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia. A invasão russa da Ucrânia é uma guerra europeia que alterou profundamente a arquitectura de segurança europeia, as fronteiras da Europa e, no limite, a própria paz europeia. A invasão russa da Ucrânia marca o fim da paz europeia. Uma longa paz. Não há uma guerra entre Estados na Europa desde 1945. Nos últimos trinta anos havia um esforço para integrar e reintegrar a Rússia no espaço europeu e isso foi comprometido pela decisão do Presidente Putin de invadir a Ucrânia", descreve o investigador no Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI-Nova), Carlos Gaspar.

Desde o início da invasão à actual batalha de Bakhmout, da fuga de populações civis ao bombardeamento das casas, este ano de guerra na Ucrânia nunca deixou de preocupar a Europa. Um ano depois do início do conflito, Kiev continua a resistir."A Rússia está a ficar isolada e tem falhado os seus objectivos na guerra contra a Ucrânia. O primeiro objectivo era decapitar o regime política ucraniano, não conseguiu. O segundo era dividir a nação ucraniana, não conseguiu e os ucranianos estão unidos por detrás do Presidente Zelensky e da resistência ucraniana", acrescenta o investigador.

Segundo o último balanço do Procurador-Geral ucraniano foram cometidos mais de 66.000 crimes de guerra, 9.500 civis morreram (entre eles 461 crianças) há registo de 12.500 feridos (922 crianças). "Os primeiros massacres foram identificados em Bucha, nos arredores de Kiev, durante a breve ocupação. Há uma pressão para que se crie um tribunal internacional para os crimes de guerra da Rússia", descreve Carlos Gaspar.

As Nações Unidas calculam que 13,3 milhões tenham fugido do território invadido. A grande maioria - 6,5 milhões - foram para a Polónia, e quase três milhões de ucranianos escaparam para o lado do invasor: a Rússia.

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