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#Crise

Haiti: Polícias saíram às ruas em protesto

Esta quinta-feira, as ruas e o aeroporto de Port-au-Prince, no Haiti, foram palco de protestos por parte de polícias e civis que também tentaram invadir a residência do primeiro-ministro. Em causa, a contínua violência dos gangues contra as forças de ordem. Esta quarta-feira, seis polícias foram mortos durante o assalto a uma esquadra por membros de um gangue.

Protesto em Port-au-Prince, Haiti, 20 de Janeiro de 2023.
Protesto em Port-au-Prince, Haiti, 20 de Janeiro de 2023. AFP - RICHARD PIERRIN
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Civis e polícias desfilaram nas ruas de Port-au-Prince, montaram barricadas, tentaram invadir a residência do primeiro-ministro Ariel Henry e invadiram a pista do aeroporto internacional Toussaint-Louverture onde o chefe de governo deveria aterrar depois de uma viagem à Argentina. O primeiro-ministro pôde regressar à sua casa, mas foi seguido pelos manifestantes e pelo descontentamento que dura há meses.

Desta vez, a gota de água foi o assassínio, na quarta-feira, de seis polícias durante o ataque a uma esquadra, em Liancourt, no norte, por um gangue. O director-geral da polícia haitiana, Frantz Elbé, disse que as autoridades estão “em alerta máximo desde esta quinta-feira”.

Desde o início do ano, os gangues mataram 14 polícias e o sindicato nacional dos polícias pede aos responsáveis para se tomarem medidas para se protegerem os agentes. A organização de defesa de direitos humanos RNDDH contou 78 polícias assassinados desde que Ariel Henry chegou a primeiro-ministro em Julho de 2021.

Esta terça-feira, a representante especial da ONU no país, Helen la Lime, considerou que a violência dos grupos armados e a emergência humanitária atingiu níveis "nunca vistos em décadas" e voltou a insistir na necessidade de se enviar uma força internacional. A responsável alertou que os gangues estão a espalhar violência em todo o país como uma estratégia para oprimir a população e que cerca de cinco milhões de haitianos estão a passar fome aguda e milhares de crianças ainda não começaram o ano lectivo. Além disso, a crise no Haiti está a reverter os avanços feitos desde o terramoto de 2010.

O Haiti enfrenta protestos há meses, mas a intervenção militar estrangeira é um tema controverso. Há três meses, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, propôs o envio de uma força estrangeira para enfrentar os grupos criminosos.

 

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