Violências, pilhagens e manifestações contra o governo no Haiti
Os últimos dias têm sido marcados por violências, pilhagens, manifestações e barricadas em eixos rodoviários. Desde o passado fim-de-semana, o Haiti está à mercê da ira popular depois de o primeiro-ministro, Ariel Henry, ter anunciado o fim dos subsídios governamentais aos combustíveis, acarretando desta feita fortes aumentos dos preços dos hidrocarbonetos.
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Ao longo da semana, a violência tem subido de nível, com manifestantes a atacar ontem a sede da televisão nacional em Port-au-Prince, a capital, cujas instalações só não foram inteiramente destruídas devido à intervenção da polícia, sem contudo impedir que a emissora tivesse que interromper a sua difusão.
Indivíduos não identificados atacaram igualmente a residência de uma dirigente política aliada do governo, sendo que noutros bairros da capital, a multidão atacou um banco bem como um dos principais laboratórios farmacêuticos do país e pilhou empresas privadas e comércios, um balanço sendo por enquanto impossível de estabelecer.
Noutro ponto do país, mais a norte, na cidade de Gonaïves, manifestantes esvaziaram por completo as reservas alimentares das delegações locais da Caritas e do Programa Alimentar Mundial.
Perante esta situação, vários países têm estado a anunciar o encerramento provisório das suas representações diplomáticas por motivos de segurança, nomeadamente o México, o Canadá, Espanha e a vizinha República Dominicana.
A nível interno, a polícia haitiana anunciou ontem à noite a suspensão de todas as licenças de porte de armas. Uma decisão que provocou descontentamento em vários sectores da população que enfrenta a violência constante dos gangues.
A instabilidade política, a criminalidade e a pobreza galopante têm sido o quotidiano do Haiti que tem visto a sua situação agravar-se designadamente com a crise da covid, as consequências da guerra na Ucrânia, mas igualmente as mudanças climáticas. De acordo com um relatório publicado hoje pela ONG Oxfam, o Haiti faz parte dos dez países mais expostos à fome aguda resultante das catástrofes climáticas e da seca.
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