Timor-Leste: Adesão à ASEAN provavelmente em 2023 sob presidência indonésia
Timor Leste vai aderir à ASEAN, Associação das nações do sudeste asiático. Os líderes do bloco, reunidos na capital do Camboja, deram hoje o seu acordo de princípio. Esta era uma velha aspiração de Timor Leste que, este ano, cumpre 20 anos de independência. O respectivo presidente, José Ramos Horta, regozija-se com esta adesão que, a seu ver, irá beneficiar em muito os habitantes do seu país.
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"Estamos todos satisfeitos, felizes", são as palavras do Presidente de Timor-Leste, José Ramos Horta em declarações à RFI, depois do anúncio de um acordo de princípio da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) para permitir a integração da antiga colónia portuguesa na organização regional.
O objectivo do país é trabalhar afincadamente para poder integrar a associação em 2023 durante a presidência da Indonésia, país que ocupou Timor Leste durante um quarto de século, sempre sob forte resistência, até um referendo de autodeterminação que abriria caminho à independência em 2002, como sublinha José Ramos Horta, o chefe de Estado timorense :
"Queremos entrar formalmente durante a cimeira da Indonésia que assume a presidência em Novembro mas que começa a exercer a presidência a 1 de Janeiro. Temos ainda que cumprir alguns requisitos em termos de economia e de outros procedimentos internos em Timor-Leste para conformar com as exigências da nossa integração. Seria um grande acto de mostrar ao mundo que dois países anteriormente em conflito sangrento conseguem ultrapassar o conflito do passado e desenvolver relações de amizade exemplares e ser a própria Indonésia a presidir a cerimónia de adesão de Timor-Leste à ASEAN."
Até à sua adesão oficial, Timor-Leste terá o estatuto de observador, podendo participar em todas as reuniões da ASEAN, incluindo as cimeiras plenárias, como sublinha José Ramos Horta " a partir de Janeiro, Timor-Leste assumiria um lugar sentado na cimeira ministerial como observador. Provavelmente no decurso do ano de 2023, será comunicado, em consulta connosco, quando será a formalidade da adesão."
O presidente timorense admite que esta adesão será um grande benefício para o país: "A economia vai crescer imenso, vai haver muitas ofertas de emprego... Muitos países vão abrir embaixadas aqui, Timor poderá passar a ter 40 embaixadas."
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