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Rússia / Ucrânia

Ucrânia acusa Rússia por tornar "impossível" a exportação de cereais

A Rússia anunciou este sábado (29) a suspensão do acordo que permitia o escoamento de cereais ucranianos negociado em Julho sob os auspícios das Nações Unidas e da Turquia, como resposta ao ataque com drones à frota russa do Mar Negro. Nenhum navio foi autorizado a circular no dia de hoje.

A Rússia anunciou este sábado (29) a suspensão do acordo que permitia o escoamento de cereais ucranianos negociado em Julho, como resposta ao ataque com drones à frota russa do Mar Negro.
A Rússia anunciou este sábado (29) a suspensão do acordo que permitia o escoamento de cereais ucranianos negociado em Julho, como resposta ao ataque com drones à frota russa do Mar Negro. AP - Khalil Hamra
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A suspensão do acordo que facilitava a exportação de cereais ucranianos no Mar Negro, assinado em Julho entre a Ucrânia e a Rússia, sob os auspícios das Nações Unidas e da Turquia, teve um efeito imediato.

Amir Mahmoud Abdulla, coordenador da “Iniciativa Grãos do Mar Negro”, assinada em Istanbul com a presença das Nações Unidas confirmou que "não foi alcançado um acordo no Centro de Coordenação Conjunta para a movimentação de embarcações de entrada e saída para 30 de Outubro".

O coordenador afirma num comunicado de imprensa que nove navios puderam transitar ontem pelo corredor marítimo humanitário e que de dez navios estão actualmente à espera de uma autorização.

Esta decisão foi tomada horas após um ataque maciço com drones ter visado a frota russa do Mar Negro. O embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, alegou que "a preparação deste ato terrorista e o treinamento dos militares do 73º centro de operações marítimas especiais da Ucrânia foram realizados por especialistas britânicos baseados em Ochakov, na região de Mykolaiv, na Ucrânia".  Londres por sua vez nega a acusação.

As reacções não tardaram a chegar.

Enquanto o secretário-geral das Nações Unidas afirmou estar preocupado com a situação, em Washington, o presidente norte-americano Joe Biden e o secretário de Estado Antony Blinken condenaram energicamente a decisão de Moscovo. O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell pediu à Rússia para que voltasse ao acordo, estimando que a decisão coloca em perigo a “principal via de exportação de cereais ucranianos (…) indispensáveis para conter a crise alimentar mundial provocada pela guerra na Ucrânia”.

O ministro da Infraestrutura da Ucrânia, Oleksander Kubrakov acusou a Rússia pelo bloqueio cereais. "Esses alimentos eram destinados aos etíopes, que estão à beira da fome. Mas devido ao bloqueio da Rússia ao 'corredor de grãos', a exportação é impossível", continuou. Esta fala recebeu o respaldo do Ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba.

Por sua vez o ministro da Defesa turco, indicou que as inspecções em Istambul de navios com grãos ucranianos devem continuar "hoje e amanhã".

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