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Irão

Após 2 semanas de manifestações no Irão, a mobilização estende-se

A mobilização e a repressão continuam mais de duas semanas depois da morte em detenção de Mahsa Amini, jovem curda de 22 anos que tinha sido presa por não usar correctamente o véu. Ontem, foram organizadas manifestações em várias universidades do país para denunciar a repressão.

Concentração de apoio à contestação no Irão, em Lisboa no dia 1 de Outubro de 2022.
Concentração de apoio à contestação no Irão, em Lisboa no dia 1 de Outubro de 2022. LUSA - ANTONIO PEDRO SANTOS
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De acordo com a ONG Iran Human Rights pelo menos 92 pessoas foram mortas no Irão desde o início das manifestações, sendo que um anterior balanço dava conta de 83 mortos.

Para além da mobilizaçao dentro do país, houve também manifestações ontem em 150 cidades pelo mundo fora, nomeadamente Berlim, Londres, Tóquio bem como em Lisboa, onde centenas de pessoas marcaram o seu apoio à contestação no Irão. Solmaz Nazari, iraniana a viver em Portugal, participou ontem nesta marcha.

«Infelizmente, em cada dia que passa, a situação do Irão está a piorar por causa do nosso governo. Temos um governo ditatorial. Todo o mundo sabe. Mahsa Amini era uma jovem de 22 anos que foi morta nas mãos da polícia por causa do Hijab, só porque um mostrava um pouco de cabelo. Como sabem, o Hijab no nosso país é obrigatório», lamenta a jovem manifestante iraniana.

«Eu lembro-me que quando cheguei aqui, nos primeiros dias, quando queria sair de casa, eu procurava o meu lenço porque vivi 24-25 anos no Irão», recorda ainda Solmaz Nazari.

«Todos os Iranianos que estão cá, sabem que nunca vão voltar para o Irão até haver uma revolução. Nunca podemos voltar. Vemos todos os dias que as mulheres, as nossas irmãs e os nossos irmãos são mortos todos os dias. Nós todos que estamos a viver aqui, deixamos família, deixamos amigos, deixamos tudo e saímos do país. Estamos fartos desse governo», desabafa a jovem manifestante.

De referir que para além da repressão das manifestações de contestação, as autoridades iranianas têm estado a enfrentar incidentes no sul do território. De acordo com os órgãos de comunicação social locais, cinco membros dos Guardiões da Revolução, o exército ideológico do regime, foram mortos na sexta-feira em Zahedan, capital da província do Sistan-Baluchistão no sudeste do país, durante violências apresentadas pelas autoridades como sendo confrontos intercomunitários.

A Iran Human Rights apresentou contudo uma versão diferente dos acontecimentos e apontou o dedo às forças da ordem pela morte de 41 pessoas durante uma manifestação ocorrida depois de um sacerdote sunita ter acusado um responsável da polícia local de ter violado uma adolescente de 15 anos.

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