Rússia veta resolução da ONU contra anexação de regiões ucranianas
Nesta sexta-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) se reuniu para votar uma resolução sobre os referendos organizados pelo governo da Rússia para anexar quatro áreas da Ucrânia. A votação contou com o veto da Rússia e a abstenção do Brasil, da China, e da Índia. Entretanto, a contraofensiva ucraniana prossegue na região de Donetsk.
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O texto proposto pelos Estados Unidos e pela Albânia foi submetido à votação do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Dos 15 países-membros, dez países votaram a favor da resolução, enquanto a Rússia votou contra e mais quatro países se abstiveram, são eles o Brasil, a China, o Gabão e a Índia.
Esta resolução foi votada no mesmo dia em que a Rússia celebrou a anexação de quatro regiões do leste da Ucrânia, que constituem cerca de 15% do território ucraniano, com direito a uma cerimónia de “boas vindas a casa” que contou com um discurso do presidente Vladimir Putin.
O documento ressalta a ilegalidade dos pleitos realizados nas regiões de Lugansk, Donetsk, Kherson e Zaporíjia, realizados de 23 a 27 de Setembro, e pede a retirada “imediata, completa e incondicional” de todas as forças militares do território da Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas.
Durante o encontro, o secretário-geral assistente para Desenvolvimento Económico, Navid Hanif, aproveitou para abordar a questão do gasoduto Nord Stream. O dirigente destacou três potenciais impactos do incidente, dentre dos quais o aumento da incerteza nos mercados globais, o dano ambiental e a vulnerabilidade da infraestrutura de energia.
Entretanto, a contraofensiva ucraniana prossegue na região de Donetsk
O ministério da Defesa da Ucrânia afirmou neste sábado que as suas tropas entraram na cidade estratégica de Lyman, na região de Donetsk, anexada ontem pela Rússia. De acordo com o comunicado, vários milhares de soldados russos estariam “cercados” no local.
Em resposta, o ministério da Defesa russo comandado por Sergei Shoigu, anunciou no seu relatório diário que "em relação à criação de uma ameaça de cerco, as tropas aliadas foram retiradas do povoado de Krasny Lyman para linhas mais favoráveis". Esta cidade era utilizada como base de tropas e de armazenamento de materiais do exército russo.
Apesar da escalada, o presidente russo Vladimir Putin chamou o seu homólogo ucraniano para voltar à mesa das negociações, pedido este que foi negado por Volodymyr Zelensky, que alega que não haverão negociações enquanto Putin for presidente.
Este conflito que começou a 24 de Fevereiro com uma invasão russa sob o pretexto de uma "operação militar especial", entrará no seu oitavo mês sem sinais de fim à vista. O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse no sábado que a anexação por Moscovo de quatro novos territórios ucranianos ocupados torna "muito mais difícil, quase impossível, pôr fim à guerra".
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