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França

França: primeira-ministra apresenta propostas para transição ecológica

Durante uma entrevista concedida ao jornal “Le Parisien”, a primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, apresentou uma série de propostas para combater a subida dos preços de energia, defendeu o plano climático do governo e não excluiu uma taxação sobre os grandes lucros empresariais.

Em França, a primeira-ministra Élisabeth Borne apresentou uma série de propostas para combater a subida dos preços de energia e assegurar a transição climática.
Em França, a primeira-ministra Élisabeth Borne apresentou uma série de propostas para combater a subida dos preços de energia e assegurar a transição climática. AP - Gonzalo Fuentes
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"Os franceses podem ficar tranquilos, vamos amortecer os preços”, assegurou a primeira-ministra, num momento em que o preço da energia continua a atingir níveis históricos no país e na Europa. Em França, o preço ultrapassou a barreira de 1.000 euros por megawatt hora (MWh), em comparação com 85 euros por MWh no ano passado.

Para evitar esta subida galopante, o governo francês impôs um congelamento nos preços de gás e um limite máximo de 4% nos aumentos dos preços da electricidade até ao final do ano.

LeiaO poder de compra em discussão em França

Política ambiental do governo é alvo de críticas

Diante dos quadros do partido da maioria reunidos em Metz (nordeste de França), ela afirmou que "os proprietários de jactos privados devem, como todos os outros, participar na redução dos gases com efeito de estufa", julgando "indispensável" a "exemplaridade dos mais favorecidos" neste tipo de acções.

Algumas pessoas querem desviar-nos por polémicas sistemáticas, mas não conseguirão. Através da mentira, eles não nos desestabilizarão. Eles não enganarão os franceses recorrendo a soluções fáceis e vulgarmente utilizadas”, disse Borne ao responder às críticas da oposição sobre a política ambiental do governo.

Entre as medidas previstas consta um "fundo verde" no valor de 1,5 mil milhões de euros para ajudar os municípios a acelerar a transição ecológica e limitar o êxodo rural. Elisabeth Borne sugeriu a utilização deste fundo para "a reabilitação de terrenos baldios para limitar a expansão urbana", para renovar "edifícios públicos tais como certas escolas", e para trazer "a natureza de volta às cidades".

Borne também está a ser alvo de críticas após afirmar que não iria se opor a um eventual imposto sobre os "superlucros" das empresas, que segundo ela estariam a se beneficiar do aumento dos preços da energia.

"Ninguém iria compreender que as empresas estejam a obter lucros excepcionais numa altura em que os franceses podem estar preocupados com o seu poder de compra."

Num contexto em que o governo perdeu a maioria absoluta que dispunha na Assembleia Nacional e enfrenta uma forte oposição das alianças de esquerda e de direita, a ministra não excluiu a utilização do artigo 49-3 – que em tese permite aprovar projectos de lei sobre as finanças sem votação –, para aprovar o Orçamento de Estado.

Entretanto as reacções de figuras políticas começaram a chegar

Gilles Platret, vice-presidente dos Republicanos mostrou-se favorável à introdução de um imposto adicional sobre os "super lucros" das empresas, estimando ser um acto de "responsabilidade" num momento em que o povo "sofre".

Comentando sobre o objectivo de reduzir o defícit anual a 3%, o dirigente julga que será difícil.

"As contas se degradaram, estamos a aumentar a dívida francesa e isso enfraquece o país, isso é o que é preocupante". "Se o Estado não se reformar a si próprio, então continuaremos com as despesas desenfreadas", advertiu o líder da direita tradicional.

Do outro lado, o líder da aliança de esquerda Jean-Luc Mélenchon abordou com um tom de ironia as declarações da primeira-ministra, e salientou que “pode garantir” que se trata de “disparates”.

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