Erdogan reúnido com Putin para desbloquear cereais ucranianos retidos em Odessa
O Presidente turco Recep Tayyip Erdogan encontra-se neste momento reunido com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, em Teerão –o primeiro encontro face a face entre os dois desde que a guerra na Ucrânia começou no fim de Fevereiro- para tentar confirmar uma solução para as cerca de 25 milhões de toneladas de cereais ucraniano, ainda da colheita do ano passado, armazenados nos silos do porto de Odessa, e retidos devido ao bloqueio naval russo.
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Desde o início do conflito que a Turquia e Erdogan têm assumido um papel de mediação no conflito, e nos últimos meses tem tentado encontrar uma solução para a questão dos cereais. Um problema com repercussões globais, já que a Ucrânia é um importante exportador, e esta situação está a provocar não só um aumento dos preços, mas também uma escassez de cereais em muitas áreas do globo, que causam já situações graves de fome e insegurança alimentar.
Na semana passada, a Rússia e a Ucrânia chegaram a um acordo de princípio, numa reunião em Istambul, segundo o qual a Rússia se comprometia a não atacar os cargueiros com cereal, que seriam escoltados para águas internacionais pela marinha ucraniana, para assim evitar as minas que Kiev colocou à entrada do porto de Odessa para prevenir um ataque naval russo, e depois vistoriados pelos turcos para impedir a saída ou entrada de qualquer outra mercadoria que não cereal.
As autoridades em Ancara anunciaram que o acordo final poderia ser assinado esta semana numa nova reunião, e Erdogan espera agora confirmar esta solução com Putin.
Erdogan e Putin estão em Teerão para participar numa cimeira tripartida com o presidente Ebrahim Raisi, sobre o conflito na Síria. Esta é a segunda visita ao estrangeiro de Putin desde Fevereiro, e a primeira fora do espaço da antiga União Soviética.
A escolha do Irão não será inocente. Esta visita de Putin ocorre dias depois do périplo de Joe Biden pelo Médio Oriente, onde visitou dois países rivais do Irão -Israel e a Arábia Saudita- e pretende dar um sinal ao mundo de que a Rússia não está isolada e tem opções geoestratégicas.
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