Nova ronda para desbloquear toneladas de cereais ucranianos
As delegações da Rússia, da Ucrânia, da Turquia e das Nações Unidas voltam a reunir-se esta quarta-feira, 13 de Julho, em Istambul para tentar desbloquear o escoamento de milhões de toneladas de cereais ucranianos acumulados em Odessa, devido ao bloqueio naval russo.
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A reunião de hoje segue-se a mais um contacto telefónico entre o Presidente turco Recep Tayyip Erdogan, Vladimir Putin e Volodimyr Zelensky, e a contactos entre o ministro da defesa turco Hulusi Akar e os homólogos russo e ucraniano, Sergei Shoigu e Oleksii Reznikov, respectivamente.
As autoridades turcas demonstram alguma esperança de que o tema – que tem sido negociado nos últimos 2 meses, com poucos resultados concretos, registe agora desenvolvimentos a curto prazo.
Mais de 25 milhões de toneladas de cereais, a maior parte ainda da colheita do ano passado, estão armazenados em silos na região de Odessa, onde cerca de 7 dezenas de cargueiros estão prontos a zarpar.
No entanto, o bloqueio naval russo tem levado a um agravamento significativo dos preços dos cereais e também do óleo vegetal no mundo inteiro, com graves consequências a nível de segurança alimentar em muitos países de África. A ONU já alertou para uma catástrofe humanitária de grandes proporções.
A Ucrânia produz 15% do total de cereais a nível mundial.
A proposta turca prevê a abertura de um corredor marítimo seguro, no qual a marinha ucraniana poderia guiar os cargueiros, através das minas em frente ao porto de Odessa, enquanto os russos se comprometem a não atacar esses cargueiros navais que seriam inspecionados pela Turquia, para impedir a importação de armas.
A Ucrânia acusa também Moscovo de estar a exportar cerais roubados, através dos portos ucranianos do sul do país ocupados pelas forças russas, como Berdyansk e Mariupol, ou da Crimeia.
Na semana passada, as autoridades turcas apreenderam um primeiro cargueiro russo com cereais ao largo da Turquia, a pedido das autoridades ucranianas. Todavia, o cargueiro conseguiu entrar em águas internacionais, o que levou Kiev a acusar a Turquia de negligência e de apoio a Moscovo.
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