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Israel-Palestina

EUA dizem que bala que matou Shireen Abu Akleh foi disparada «sem intenção»

Os peritos americanos responsáveis pela análise da bala que matou no passado dia 11 de Maio a jornalista americano-palestiniana Shireen Abu Akleh quando ela estava a efectuar a cobertura de incidentes entre palestinianos e forças israelitas na Cisjordânia, afirmaram hoje que o disparo foi «aparentemente» feito a partir de uma posição israelita mas que não tem elementos para afirmar que tenha sido um tiro intencional.

Memorial erguido em homenagem à jornalista Shireen Abu Akleh junto à árvore perto da qual ela foi mortalmente baleada no dia 11 de Maio de 2022.
Memorial erguido em homenagem à jornalista Shireen Abu Akleh junto à árvore perto da qual ela foi mortalmente baleada no dia 11 de Maio de 2022. AP - Majdi Mohammed
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Em comunicado, a equipa do departamento de Estado que efectuou as análises disse que «não encontrou nenhum motivo para acreditar que o tiro era intencional mas que isso era sobretudo o resultado de circunstâncias trágicas durante uma operação militar das Forças Armadas israelitas contra facções do jihad Islâmico palestiniano».

Ao alegar que a bala está «muito danificada» e que não consegue determinar quem a disparou, os peritos vão no sentido do que foi já enunciado pelo exército israelita que tanto refere ser impossível conhecer a origem exacta do tiro, como também exclui a hipótese de um tiro deliberado.

Esta não é contudo a conclusão a que chegou o Alto Comissariado da ONU para os Direitos do Homem que no passado dia 24 de Junho atribuiu a responsabilidade do sucedido ao exército israelita. Uma investigação logo desvalorizada pelo Ministro israelita da Defesa Benny Gantz que a qualificou «sem fundamento».

Segundo testemunhas no local, nomeadamente um fotógrafo da Agence France-Presse, na altura do disparo mortal, a jornalista que estava ligada ao canal televisivo do Qatar ‘Al Jazeera’, usava um colete à prova de balas, estava claramente identificada como jornalista e encontrava-se à entrada do campo palestiniano de Jenin, relativamente distante dos confrontos que estavam a acontecer naquele momento.

Reagindo às conclusões dos peritos, a família da jornalista disse estar «abismada pelo anúncio feito pelo Departamento de Estado Americano», a Alta Autoridade Palestiniana denunciando por sua vez uma «tentativa de esconder a verdade».

Logo após a morte da jornalista no passado dia 11 de Maio, tanto o campo palestiniano como a direcção da Al Jazeera tinham apontado o dedo ao exército israelita.

A divulgação das conclusões do Departamento de Estado acontece menos de 10 dias depois de uma visita em Israel e na Cisjordânia do Presidente dos Estados Unidos, principal aliado do Estado Hebreu, no quadro da sua primeira digressão no Médio Oriente desde que chegou à Casa Branca no início do ano passado.

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