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Refugiados

Sentimento anti-imigração cresce na Turquia, país do Mundo que acolhe maior número de refugiados

A Turquia é o país do mundo com mais refugiados, mas com a crise económica o sentimento anti-imigrante tem aumentado, e ataques contra refugiados são comuns

A Turquia é o país do mundo que acolhe mais refugiados.
A Turquia é o país do mundo que acolhe mais refugiados. REUTERS/Murad Sezer
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Na semana passada várias dezenas de afegãos que colhem material reciclável nos caixotes de lixo em Istambul foram atacados por populares de forma violenta, e as suas casas incendiadas, depois de rumores que um dos seus veículos tinha atropelado uma criança. Rixas entre gangues de refugiados e de turcos são cada vez mais frequentes.

Num país com o maior número de refugiados do mundo – cerca de 5 milhões, o tema é cada vez mais presente, de tal forma que se formou recentemente um Partido anti-imigração - Zafer Partisi, ou Partido da Vitoria. O governo do presidente Recep Tayyip Erdogan e a oposição têm agora uma rara posição comum – querem enviar milhões de sírios de volta para o seu país. Mas 80% deles não quer voltar. O tema promete ser central nas eleições do próximo ano.

O gatilho será a crise económica – a inflação foi de 73% no mês passado, e a moeda perdeu 50% do seu valor nos últimos 6 meses, levando milhões de turcos à pobreza, que agora começam a ser cada vez mais intolerantes para com os estrangeiros.

Durante anos, a Turquia teve uma política de braços abertos, sobretudo para os irmãos muçulmanos que fugiam da guerra. Durante o pico do conflito na Síria, mais de 3,5 milhões de cidadãos desse país fugiram para aqui. A Turquia passou a ser um ponto de chegada ou passagem para milhões de pessoas, muitas a caminho da Europa, sobretudo através de pequenas embarcações que cruzavam o mar egeu, que se tornou num cemitério.

Em 2016 a Unão Europeia e o presidente Erdogan assinaram um acordo - a troco de 6 mil milhões de Euros, Ancara comprometia-se a integrar estes refugiados, e a patrulhar melhor as suas fronteiras para não os deixar passar para a Europa.

Erdogan diz agora que o dinheiro já acabou, e quer renovar o pacto – ao mesmo tempo que o sentimento anti-imigrante é cada vez mais presente. Mesmo num país que, recorde-se, forneceu milhões de emigrantes para a Europa Central.

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