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Rússia/Turquia

Serguei Lavrov diz que a crise dos cereais é uma invenção do ocidente

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros reuniu-se esta quarta-feira, 8 de Junho, em Ancara,  com o seu homólogo turco, Mevlut Cavusoglu. Sergei Lavrov disse que a crise dos cereais é uma invenção do ocidente.

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros reuniu-se esta quarta-feira, 8 de Junho, em Ancara,  com o seu homólogo turco, Mevlut Cavusoglu.
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros reuniu-se esta quarta-feira, 8 de Junho, em Ancara, com o seu homólogo turco, Mevlut Cavusoglu. REUTERS - UMIT BEKTAS
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O chefe da diplomacia russa encontrou-se esta manhã com o homólogo Mevlut Cavusoglu para tentar encontrar uma solução para o escoamento dos cereais ucranianos, que estão retidos no porto de Odessa.

Serguei Lavrov disse que “o Presidente Putin já garantiu que uma vez removidas as minas, os barcos ucranianos podem ir para onde quiserem” e pôs a bola do lado de Kiev, sublinhando que “são os ucranianos e o ocidente que estão a fabricar esta história, e esta crise alimentar”.

Há cerca de 25 milhões de toneladas de cereais da colheita do ano passado ainda armazenados em silos na Ucrânia, mas estes não podem ser escoados porque a entrada do porto de Odessa está minada, e bloqueada pela marinha russa. A alternativa de escoar esses cereais por via ferroviária não é praticável, não só porque seriam necessários milhares de comboios, mas também porque a “bitola” ucraniana é diferente da europeia, obrigando ao carregamento e descarregamento nas fronteiras com países da UE.

Muitos países do terceiro mundo, sobretudo em África, estão totalmente dependentes dos cereais russos e ucranianos – países como o Senegal, o Chade, o Sudão ou o Egipto importam trigo e milho sobretudo desses dois países. O preço dos cereais já subiu cerca de 20%, desde o início do conflito na Ucrânia, e está a ameaçar provocar uma crise alimentar em muitas regiões de África, como aliás as Nações Unidas têm vindo a alertar.

A Turquia já se ofereceu para desminar a entrada do porto de Odessa e para escoltar os barcos ucranianos, através do Mar Negro e do estreito do Bósforo. Resta agora saber se Kiev vai aceitar as garantias russas, e assim desbloquear uma situação que pode provocar uma grave crise alimentar.

Mevlut Cavusoglu também deu conta a Serguei Lavrov dos planos turcos para intervir militarmente no nordeste da Síria, para criar uma zona tampão para impedir os ataques terroristas sobre o seu território. Ancara acusa as milícias curdas sírias do YPG, que controlam esse território, de serem uma extensão do PKK, considerado uma organização terrorista pela UE e por Washington.

Nesse território há unidades militares russas, e também americanas – as milícias curdas sírias foram o principal aliado da coligação internacional no combate ao califado islâmico durante a guerra na Síria e receberam apoio militar e logístico dos EUA.  O ministro russo dos Negócios Estrangeiros acusou os americanos de apoiarem organizações terroristas, e disse compreender as preocupações da Turquia, que considerou serem legítimas. Resta saber se Moscovo deu luz verde à operação militar turca.

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