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#Guerra na Ucrânia

Quarto dia da invasão russa à Ucrânia

Ao quarto dia da invasão russa à Ucrânia, há relato de várias explosões esta manhã na capital, Kiev, e combates na segunda maior cidade do país, Kharkiv. O Presidente ucraniano disse estar disposto a negociar, mas não em Gomel, na Bielorrússia – como proposto pela Rússia – por considerar o país como cúmplice de Moscovo.

Explosão perto da base aérea militar de Vasylkiv, na região de Kiev, na Ucrânia. 27 de Fevereiro de 2022.
Explosão perto da base aérea militar de Vasylkiv, na região de Kiev, na Ucrânia. 27 de Fevereiro de 2022. REUTERS - MAKSIM LEVIN
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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse, este domingo, que a noite foi "difícil" na Ucrânia e que os bombardeamentos russos tiveram como alvo áreas habitadas. "A noite passada foi difícil, houve novamente tiros, bombardeamento de bairros habitados e infra-estruturas civis. Não há nada que o ocupante não considere como um alvo legítimo", afirmou Zelensky num vídeo publicado nas redes sociais. "Vassylkiv, Kiev, Cherniguiv, Soumi, Kharkiv e muitas outras cidades vivem em condições que não víamos nas nossas terras (...) desde a Segunda Guerra Mundial", sublinhou o presidente ucraniano.

Esta manhã, Kiev foi abalada por várias explosões e também há relatos de explosões e tiroteios numa cidade perto da capital ucraniana. Uma ponte foi destruída perto de Boucha, a oeste de Kiev, e os combates continuam entre as forças russas e ucranianas nesta cidade dos arredores da capital, de acordo com as autoridades ucranianas.

O Presidente ucraniano, que disse ser “o alvo número um” de Moscovo, continua na capital, num cenário em que a mobilização geral do país foi decretada – 37 mil civis já se juntaram ao exército - e em que o ministério russo da Defesa anunciou, em comunicado, ter dado ordem de “alargar a ofensiva”.

Volodymyr Zelensky disse estar aberto a negociações com Moscovo, mas rejeitou a proposta russa de fazê-lo em Gomel, a segunda cidade da Bielorrússia, país que vê como cúmplice da invasão russa por servir de base de retaguarda. “Varsóvia, Bratislava, Budapeste, Istambul, Baku, propusemos tudo isto. E qualquer outra cidade seria boa para nós”, afirmou num vídeo online. O Kremlin anunciou, este domingo, a chegada à Bielorrússia de uma delegação para negociar com Kiev e composta por responsáveis da presidência e dos ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Defesa. O porta-voz do Kremlin disse, mesmo, que a delegação espera a chegada de homólogos ucranianos.

A ONU indicou, hoje, que a invasão já fez mais de 160 mil deslocados e mais de 116 mil refugiados nos países vizinhos. A Polónia anunciou que cerca de 115 mil ucranianos se refugiaram no país. Várias centenas de milhares de pessoas estão privadas de água e electricidade devido à destruição de infra-estruturas civis, várias centenas de casas foram danificadas ou destruídas e pontes e estradas foram bombardeadas, impedindo o abastecimento alimentar e humanitário a muitas localidades.

O último balanço fala em 198 mortos civis e 1115 feridos.

Rússia cada vez mais isolada

A Rússia está cada vez mais isolada a nível internacional. Vários países europeus - com os Estados Unidos, o Canadá e a Comissão Europeia - anunciaram a exclusão russa da rede interbancária Swift e novas sanções, desta vez visando as reservas do banco central da Rússia.

Este domingo há nova reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova Iorque. António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, telefonou ao presidente ucraniano no sábado e assegurou-lhe o compromisso da ONU no envio de ajuda e assistência humanitária. Volodymyr Zelensky pediu-lhe para fazer tudo para privar a Rússia, membro permanente do Conselho de Segurança, do seu direito de veto. Na sexta-feira, Moscovo impediu o Conselho de Segurança de condenar o país graças ao seu veto. António Guterres disse, ainda, que na terça-feira vai ser lançado um apelo para financiar operações humanitárias na Ucrânia.

O Secretário-Geral da NATO, Jens Stoltenberg, anunciou que, pela primeira vez, se está a mobilizar uma força de resposta como parte da defesa colectiva para evitar o alastramento do conflito para o território da Aliança Atlântica. A França vai enviar "mais de 1.500 soldados para reforçar as posições da NATO no flanco leste", de acordo com o Estado-Maior francês.

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