ONU: 274 milhões vão precisar de protecção de emergência em 2022

As Nações Unidas alertam para o facto de 274 milhões de pessoas passarem a precisar de ajuda e protecção de emergência no próximo ano. Um aumento de 17% em comparação com os 235 milhões em 2021.

274 milhões de pessoas precisam de ajuda e protecão de emergência em 2022. Getty Images via AFP - POOL

O secretário-geral das Nações Unidas alertou que este ano as associações humanitárias entregaram alimentos, remédios e outros produtos de primeira necessidade para salvar a vida de 107 milhões de pessoas. António Guterres lembrou que é preciso fazer mais para superar as dificuldades e que o mundo "deve unir-se para apoiar crianças, mulheres e homens que não têm a quem recorrer".

O responsável para os Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths, apresentou esta quinta-feira o lançamento da Visão Geral Humanitária Global, em Genebra, na Suíça. O documento publicado todos os anos pelas Nações Unidas e parceiros, inclui 37 planos de resposta em 63 países. No topo da lista estão países como Afeganistão, Síria, Iémen, Etiópia, Sudão, Sudão do Sul, Somália, Nigéria, Mianmar.

O único país lusófono que consta no Plano de Resposta Humanitária é Moçambique, com mais de 1,5 milhões de pessoas em dificuldade.

Martin Griffiths lembou que a crise ambiental afecta primeiro e de forma mais grave as pessoas mais vulneráveis, mas factores como conflitos aumentaram este ano e a instabilidade piorou em várias partes do mundo, principalmente na Etiópia, em Mianmar e no Afeganistão.

Segundo o responsável para os Assuntos Humanitários da ONU, a pandemia de Covid-19 ainda não acabou, vai continuar a ter consequências para os países menos desenvolvidos, que enfrentam dificuldades para ter acesso a vacinas. A meta é que “o apelo global possa ajudar milhões de pessoas que precisam desesperadamente dessa ajuda.” 

Na maioria das crises, mulheres e meninas são as que mais sofrem à medida que as desigualdades de género e os riscos de protecção aumentam. A organização ressalta que 45 milhões de pessoas vivendo em 43 países estão na iminência de fome.