Venezuela: Juan Gaidó apela à união da oposição
Os resultados das eleições municipais e regionais, deste fim-de-semana, são um duro golpe para a oposição venezuelana, depois de o governo de Nicolas Maduro ter vencido em 20 dos 23 estados. O líder da oposição, Juan Guaidó, pediu aos partidos para se manterem unidos “para responder à crise que se vive no país”.
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O líder opositor venezuelano, Juan Guaidó, disse que os resultados eleitorais “são um compromisso ainda maior” para a oposição, que deve manter-se unida, unificada, para responder à crise que se vive no país".
Por seu lado, o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, atribuiu a vitória nas eleições regionais e municipais, de domingo, à perseverança e consciência dos eleitores, anunciando que convocará o Conselho de Governo, no qual espera que participem também os opositores eleitos.
O sucesso de Nicolas Maduro
O sucesso do partido de Maduro,Partido Socialista Unido da Venezuela, pode explicar-se pela base eleitoral real, 20 a 25% dos 30 milhões de venezuelanos. No entanto, muitos analistas referem que este resultado eleitoral se explica com a fragmentação da oposição.
Nestas eleições, havia um total de 70.000 candidatos, 3.000 para o partido no poder (em fileiras próximas) e 65.000 para os vários partidos da oposição. Em muitas regiões, os resultados acumulados dos vários candidatos da oposição superam os resultados do candidato do PSUV. A oposição paga caro a divisão e falta de disciplina.
Outro facto determinante nestas foi o facto das autoridades terem feito concessões, negociando com a oposição desde o verão passado.
Quase 60% de abstenção
Quase seis em cada dez venezuelanos não foram votar, este domingo, a legitimidade das autoridades eleitas é, portanto, bastante baixa.
A forte abstenção ficou a dever-se ao apelo de boicote por parte da oposição e ao desalento da população que está mais preocupada em pagar as contas, numa altura em que a inflacção atinge níveis históricos no país.
Washington fala em resultado “amplamente distorcido”
Os Estados Unidos acusaram, na segunda-feira, o Presidente venezuelano Nicolás Maduro de ter "distorcido amplamente" as eleições regionais e locais de domingo, que a seus olhos não foram livres nem justas. "O regime de Maduro mais uma vez privou os venezuelanos de seu direito de participar de um processo eleitoral livre e justo", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros dos Estados Unidos, Antony Blinken, em comunicado.
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