Acesso ao principal conteúdo
Venezuela

Venezuela: Maduro toma o controlo do parlamento

Durante as legislativas deste Domingo marcadas por uma forte abstenção (de 69%) e a rejeição de boa parte da comunidade internacional bem como da oposição venezuelana, a coligação que apoia o Presidente Nicolas Maduro tomou o controlo do parlamento com um pouco mais de 67% dos cerca de 5 milhões de votos registados ontem. Na sequência das anteriores legislativas de 2015, a oposição tinha conquistado a maioria na assembleia parlamentar.

Presidente venezuelano Nicolas Maduro com a esposa Cilia Flores em Caracas, ontem 6 de Dezembro de 2020, dia das lesgislativas na Venezuela.
Presidente venezuelano Nicolas Maduro com a esposa Cilia Flores em Caracas, ontem 6 de Dezembro de 2020, dia das lesgislativas na Venezuela. Yuri CORTEZ AFP
Publicidade

Perante este novo figurino em que ainda não se conhece a repartição exacta dos assentos parlamentares, Maduro falou em "esperança de mudança".

"Uma vez que o povo elegeu a sua Assembleia Nacional, no dia 5 de Janeiro, vai tomar posse a nova Assembleia Nacional da Venezuela. é por isso importante o passo do dia de hoje. Nasce uma nova Assembleia Nacional, nasce a esperança de uma mudança", declarou Nicolas Maduro.

00:20

Nicolas Maduro com tradução de Marco Martins

Reagindo publicamente antes mesmo da divulgação dos primeiros dados sobre a votação, o chefe da oposição Juan Guaido que tinha preconizado o boicote destas eleições, apelou a comunidade internacional a rejeitar o resultado das eleições e os venezuelanos a mobilizarem-se nas ruas para contestar a votação.

“A fraude é um facto consumado. E a rejeição da grande maioria da população venezuelana é evidente. Apesar da censura e da hegemonia da comunicação, a verdade não pode ser escondida. Grande parte da Venezuela está a virar as costas a Maduro e à sua fraude eleitoral que começou meses atrás. Os únicos que agem deste modo são aqueles que têm medo do povo. E Maduro e o seu regime perderam todo o apoio popular. Todos sabem que os resultados foram preparados há dias! Um conselho eleitoral nacional fictício, candidatos fictícios, opositores fictícios, resultados previstos com antecedência. Estamos à vossa espera no dia 12 de dezembro nas ruas, para expressar a voz da maioria, e a nossa determinação em conquistar a nossa liberdade através da consulta popular”, declarou o chefe da oposição que que se autoproclamou Presidente interino da Venezuela no começo de 2019.

00:56

Juan Guaido com tradução de João Matos

Juan Guaido que é também o Presidente cessante do parlamento lançou entretanto hoje uma consulta popular que decorre até sábado, em que pede que seja prolongado o seu mandato de chefe da assembleia para além do prazo-limite do 5 de Janeiro de 2021, data em que toma posse o novo parlamento, no intuito de organizar "eleições livres, justas e transparentes".

A nível externo, são numerosas as reacções aos resultados das legislativas de ontem. O chefe da diplomacia dos Estados unidos, Mike Pompeo, cujo país não reconhece a autoridade de Maduro, as eleições de ontem foram qualificadas de "farsa política" que não respeitou "nenhuma norma mínima de credibilidade". Condenação e rejeição é também a tónica da União Europeia e do chamado "grupo de Lima" que abrange os países de América Latina, como a Colômbia ou o Brasil, que reconhecem Guaido como Presidente e apelaram hoje "a apoiar os esforços para o restabelecimento da democracia" na Venezuela.

Do lado dos países que apoiam o poder chavista, Cuba saudou "a vitória da revolução e do povo bolivariano" e reiterou o "seu apoio ao Presidente Maduro". A Rússia, quanto a si, elogiou legislativas "transparentes" e assegurou que "nenhuma violação grave" foi registada durante o escrutínio.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.