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Afeganistão

Primeiro encontro entre talibã e EUA desde retirada ocidental do Afeganistão

Talibã e representantes dos Estados Unidos estão reunidos hoje em Doha pelo segundo dia consecutivo sob mediação do Qatar, nestes que são os primeiros encontros directos desde a retirada das tropas americanas do Afeganistão em Agosto. Este encontro acontece pouco depois de um atentado suicida reivindicado pelo braço local do grupo Estado Islâmico que matou mais de 60 pessoas em Kunduz, no nordeste do país.

Amir Khan Muttaqi, chefe da diplomacia do governo talibã.
Amir Khan Muttaqi, chefe da diplomacia do governo talibã. © Twitter
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Até agora, as trocas giraram nomeadamente em torno da assistência humanitária. Segundo indicou o chefe da diplomacia do governo fundamentalista afegão, Amir Khan Muttaqi, os Estados Unidos vão doar à população afegã vacinas contra a covid-19, os americanos reclamando por outro lado um acesso das agências humanitárias às zonas em dificuldade.

O departamento de Estado americano que ainda ontem vincou que a sua presença em Doha "não significa que reconhece o regime talibã no Afeganistão", pretende igualmente convencer os seus interlocutores a respeitar os Direitos das mulheres e das meninas bem, como a formar um governo inclusivo beneficiando de um apoio alargado da população.

Neste encontro, os Estados Unidos procuram ainda obter garantias do cumprimento do acordo assinado entre os novos donos do poder em Cabul e a anterior administração Trump em Fevereiro de 2020, ou seja que os talibã cortem os elos com os grupos terroristas.

Apesar de eles próprios enfrentarem acções de terroristas rivais, com o braço local do grupo Estado Islâmico -o seu maior inimigo- a reivindicar na sexta-feira um ataque contra uma mesquita xiita em Kunduz, no nordeste do país, que provocou mais de 60 mortos, os talibã mostram-se reticentes. Para além de apelar os Estados Unidos a "não desestabilizar" o seu governo, os talibã também consideram que "são capazes de enfrentar Daesh sozinhos”.

Para os donos do poder em Cabul, o que está essencialmente em jogo nestas conversações é obter dos Estados Unidos o desbloqueamento dos seus bens no exterior. De acordo com as Nações Unidas, o país está à beira de uma catástrofe humanitária, com um terço da sua população em risco de fome.

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