Ex-líder da Catalunha detido na Itália aguarda decisão de justiça
O ex-presidente da região autónoma da Catalunha, na Espanha, e eurodeputado, Carles Puigdemont, foi detido quinta-feira em Sardenha, na Itália.Ele aguarda a comparência diante da justiça italiana, que deverá decidir se Puigdemont será ou não extraditado para a Espanha, onde ele foi indiciado pelo seu papel na tentativa de secessão da província espanhola em 2017.
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O advogado de Carles Puigdemont, Gonzalo Boye, informou que o seu cliente passou a noite de quinta para sexta-feira numa prisão de Sassari, cidade na qual ele será ouvido por um magistrado.
Boye acrescentou, que não sabe se a audiência perante o tribunal de recursos de Sassari decorrerá neste sábado ou na segunda-feira, 27 de Setembro de 2021.
Actualmente com 58 anos, Carles Puigdemont, que estava refugiado na Bélgica desde 2017, foi preso à sua chegada ao aeroporto de Alghero, cidade sardenha de cultura catalã , onde ele devia participar num festival cultural e avistar-se com eleitos da ilha italiana.
No dia 24 de Setembro, podia-se ler no seu perfil nas redes sociais, “render-se jamais!”.
A detenção de Puigdemont provocou o descontentamento dos independentistas catalães, dos quais várias centenas manifestaram no dia 24 de Setembro, feriado na Catalunha, diante do Consulado de Itália em Barcelona com cartazes, em que reclamavam a “liberdade” do dirigente catalão.
O novo presidente regional da Catalunha, Pere Aragones, um separatista tido como mais moderado de que Puigdemont, decidiu convocar uma reunião de emergência do seu governo, depois de ter denunciado o que ele considera ser uma perseguição.
Aragones afirmou que a única solução para o caso Puigdemont, é a sua amnistia.
Apoiantes do antigo presidente da região da Catalunha, também protestaram no dia 24 de Setembro de 2021 diante do tribunal de recursos de Sassari, um deles acenando a bandeira dos independentistas catalães.
A justiça espanhola acusa Carles Puigdemont, de sedição e desvio de fundos públicos.
Num comunicado divulgado no dia 24 de Setembro o governo espanhol, liderado pelo socialista Pedro Sanchéz, afirmou que a prisão de Puigdement corresponde a um procedimento judicial em curso, que se aplica a qualquer cidadão da União Europeia suposto responder pelos seus actos diante dos tribunais.
Carles Puigdemont, tinha sido detido uma primeira vez em 2018, na Alemanha, a pedido da Espanha, mas foi libertado alguns dias depois, por a justiça alemã não ter considerado a acusação de “rebelião” de que era objecto o ex-líder catalão.
Desde então, a justiça espanhola decidiu processar Puigdemont por “sedição”.
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