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Estados Unidos/China/Tensão

Estados Unidos/China: primeiro encontro diplomático sob alta tensão

Em clima de forte tensão entre as duas maiores potências mundiais, decorre esta quinta-feira, 18 de março em Anchorage, no Alasca, o primeiro encontro de alto nível desde a tomada de posse de Joe Biden a 20 de janeiro, entre os chefes da diplomacia dos Estados Unidos Antony Blinken e o seu homólogo chinês Wang Yi e os respectivos conselheiros de defesa Jake Sullivan e Yang Jiechi. A China afirma que não fará concessoes sobre a sua soberania e segurança, mas Antony Blinken deverá defender com determinação a posição do Presidente Joe Biden.

Secretá de Estado norte-americano Antony Blinken vai defender com firmeza e determinação a posição dos Estados Unidos em relação à China, a 18 de março em Anchorage, no Alasca, no seu encontro com o seu homólogo chinês Wang Yi e os respectivos conselheiros de defesa Jake Sullivan e Yang Jiechi.
Secretá de Estado norte-americano Antony Blinken vai defender com firmeza e determinação a posição dos Estados Unidos em relação à China, a 18 de março em Anchorage, no Alasca, no seu encontro com o seu homólogo chinês Wang Yi e os respectivos conselheiros de defesa Jake Sullivan e Yang Jiechi. AP - Manuel Balce Ceneta
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Após uma troca de telefonemas entre o Presidente Joe Biden e o seu homólogo chinês Xi Jinping em fevereiro, durante o qual o Presidente dos Estados Unidos manifestou a sua grande preocupação em relação às práticas comerciais chinesas e à questão dos direitos humanos, hoje e em plena "nova guerra fria", tem lugar o primeiro encontro físico entre os representantes das diplomacias de Washington e Pequim.

Desta cimeira deverão sair indicações suplementares sobre a tónica das relações bilaterais para os próximos anos e Antony Blinken que foi preparando o terreno nos últimos dias durante o seu périplo asiático, vai afirmar firmeza face à China, considerada pelos Estados Unidos como "o maior desafio geopolítico do século XXI". 

O objectivo principal de Washington é travar as ambições chinesas no continente asiático, mesmo se para tal for necessário optar pos uma postura agressiva. 

A 17 de março, os Estados Unidos impuseram sanções financeiras e proibições de viagens a 24 responsáveis chineses (entre os quais um membro do Politburo do partido comunista chinês) considerados cúmplices da "destruição democrática em Hong Kong".

Nesse mesmo dia, o conselheiro de Antony Blinken para a Ásia, Kurt Campbell, declarou à imprensa australiana, que não haveria qualquer melhoria nas relações entre Washington e Pequim, enquanto a China não pusesse termo à sua guerra comercial contra a Austrália.

Na quarta-feira passada, um navio destroyer da marinha de guerra dos Estados Unidos atravessou o esteito de Taiwan, pela terceira vez desde a tomada de posse de Joe Biden, o que desencadeou a ira de Pequim, dois dias depois Joe Biden foi o primeiro chefe de Estado americano a presidir o 1° fórum virtual sobre segurança marítima na região Indo Pacífico - Quad - com dirigentes do Japão, Índia e Austrália.

Esta terça-feira, 16 de março, no Japão, o secretário de Estado americano e o chefe da diplomacia japonesa advertiram a segunda potência económica mundial contra qualquer tentativa de "coerção" e de "desestabilização" na região, numa referência não apenas à repressão contra a minoria muçulmana uigur, contra a qual a União Europeia deverá brevemente decretar sanções, mas também os ataques à democracia em Hong Kong e Taiwan, o apoio à Junta Militar em Mianmar, a violação de direitos internacionais e as ambições territoriais e marítimas da China, entre outros.

"o comportamento da China, quando é incompatível com a ordem internacional existente, representa desafios políticos, económicos, militares et tecnológicos".

O regime comunista chinês que replicou ontem, considerando "ataques malévolos" contra a sua política estrangeira e denunciou a "colisão" entre os Estados Unidos e o Japão por ingerência nos assuntos internos da China, deplorou que esta declaração comum "não toma em conta os factos e a ralidade". Já nesta quinta-feira a China declarou ainda antes do encontro que "não fará qualquer concessão no que diz repeito à sua soberania ou segurança interna". 

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Primeiro encontro de alto nível Estados Unidos/China

Joe Biden tinha afirmado a 4 de fevereiro "nenhum país no planeta - China ou outro - poderá igualar-nos" e a 15 de março, antes do início do périplo asiático Antony Blinken publicou uma tribuna no jornal Washington Post, na qual reiterou a sua vontade de restabelecer as relações com o resto do mundo, especialmente com os aliados tradicionais dos Estados Unidos. 

"A nossa força combinada, torna-nos mais fortes, quando devemos repelir a agressão e as ameaças da China", pode ler-se, visando directamente o país que representa a seus olhos "o maior desafio geopolítico do século XXI". 

Para ser mais claro sobre a determinação dos Estados Unidos em afirmar a sua firmeza face à China, Antony Blinken concluiu o seu texto escrevendo "Juntos, responsabilizaremos a China, quando viola os direitos humanos em Xinjiang e no Tibete, quando mina sistematicamente a autonomia de Hong Kong e a democracia em Taiwan ou reivindica territórios marítimos no mar da China meridional violando os tratados internacionais". 

Se as relações entre os Estados Unidos e a China se degradaram na era Donald Trump, a nova administração democrata não parce mais conciliadora com a China considerada actualmente como "o seu maior competidor" ou mesmo o seu maior inimigo.

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