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#Myanmar/Repressão

Myanmar: Militares continuam repressão contra manifestantes

Em Myanmar, os protestos contra a junta militar continuam a ser altamente reprimidos. Esta segunda-feira, pelo menos seis pessoas morreram e várias ficaram feridas. Por outro lado, a audiência "online" perante a justiça da ex-líder do governo, Aung San Suu Kyi, foi adiada para 24 de Março devido a problemas de internet.

15 de Março de 2021.
15 de Março de 2021. AFP - STR
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Em Myanmar, continuam os protestos em várias partes do país contra a junta militar e a repressão não tem parado. Esta segunda-feira, pelo menos seis pessoas morreram e várias ficaram feridas, um dia depois de, pelo menos, 44 pessoas terem morrido na repressão das manifestações. O domingo foi um dos dias mais violentos desde o golpe militar de 1 de Fevereiro. A situação foi particularmente tensa num subúrbio industrial de Rangum, onde foram incendiadas várias fábricas chinesas. As forças de segurança abriram fogo contra os manifestantes e, pelo menos, 22 pessoas teriam morrido.

De acordo com a ONG de assistência aos presos políticos AAPP, nas últimas seis semanas, morreram mais de 120 pessoas durante os protestos pro-democracia. Por outro lado, foram detidas mais de 2.000 pessoas desde o golpe de Estado, incluindo Auung San Suu Kyi, prémio Nobel da Paz em 1991 e líder do governo birmanês até Janeiro.

Esta segunda-feira, foi adiada para 24 de Março a sua audiência perante a justiça. Aung San Suu Kyi deveria comparecer por videoconferência, mas não o pôde fazer devido a problemas de Internet. Detida num local secreto, a Prémio Nobel da Paz, de 75 anos, é acusada de incitação à desordem pública, importação ilegal de aparelhos de comunicações, desrespeito pelas restrições sanitárias e violação de uma lei sobre as telecomunicações. A junta também a acusa de corrupção, ao afirmar que ela recebeu 600.000 dólares e mais de 11 quilos de ouro de subornos.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU já denunciou perseguições, mortes, desaparecimentos forçados, torturas e prováveis "crimes contra a humanidade" executados pelo exército. Hoje, o relator especial da ONU para Myanmar, Tom Andrews, escreveu, no Titter, que "os dirigentes da junta não devem ficar no poder e sim atrás das grades", pedindo também o fim imediato do fornecimento de dinheiro e de armas aos militares.

A enviada especial da ONU para Myanmar, Christine Schraner Burgener, voltou a condenar a violência do exército sobre a população, assim como o Reino Unido, antiga potência colonial, que expressou "consternação" com o uso da força "contra inocentes". Hoje, o governo chinês disse estar "muito preocupado" com a segurança de seus cidadãos em Myanmar. A junta continua a ignorar as críticas internacionais.

Muitos líderes da Liga Nacional pela Democracia foram detidos, como Auung San Suu Kyi, muitos deputados passaram à clandestinidade e avisam que "é o momento mais sombrio da nação" a apelam à resistência. O exército responde que integrar o comité dos dissidentes é o equivalente a uma "alta traição” e que as penas de prisão podem ir até aos 22 anos.

 

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