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Rússia / União Europeia

Em Moscovo, o chefe da diplomacia europeia pede a libertação de Navalny

Em visita desde ontem em Moscovo, uma deslocação que marca o desbloquear das conversações entre a União Europeia e a Rússia que se encontram congeladas desde 2017, o alto representante para a Política Externa e Segurança da União Europeia, Josep Borrell, pediu hoje a libertação de Alexeï Navalny e reconheceu que as relações com a Rússia têm sido marcadas por “diferenças significativas e pela falta de confiança”.

O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell (à esquerda) e o Ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov (à direita), esta sexta-feira 5 de Fevereiro de 2021 e Moscovo.
O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell (à esquerda) e o Ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov (à direita), esta sexta-feira 5 de Fevereiro de 2021 e Moscovo. © Ministério Russo das Relações Exteriores
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Ao referir-se às 10 mil detenções registadas desde o dia 23 de Janeiro aquando das manifestações organizadas para reclamar a libertação do principal opositor do presidente Putin, Josep Borrell disse ter abordado esta questão com o chefe da diplomacia russa.“Transmiti ao ministro Lavrov a nossa profunda preocupação e reiterei o nosso apelo para a sua libertação e para o início de uma investigação imparcial ao seu envenenamento”, declarou o alto representante europeu hoje durante uma conferência de imprensa conjunta com Serguei Lavrov.

Ao indicar que para já a imposição de sanções europeias a Moscovo não estava na ordem do dia e que a “discussão iria continuar” designadamente na próxima reunião do Conselho dos Negócios Estrangeiros da UE, no dia 22 de Fevereiro, Josep Borrell reconheceu que as relações entre a União Europeia e a Rússia estão no seu «nível mais baixo» devido, entre outros, à situação de Navalny.

Todavia, ao apontar para a necessidade de «encontrar pontos de convergência», o diplomata europeu admitiu que «existem questões sobre as quais podemos e devemos trabalhar juntos”, aludindo nomeadamente à possibilidade de cooperar na luta contra a pandemia, e de a União Europeia certificar a vacina russa Sputnik V, diversos países europeus tendo demonstrado interesse em fabricá-la nos seus respectivos territórios.

Por seu lado, ao também admitir que a Rússia considera que a União Europeia “não é um parceiro de confiança”, Serguei Lavrov, não fechou contudo a porta ao diálogo, alertando que qualquer “deterioração adicional poderia ter consequências imprevisíveis”.

Já relativamente aos Estados Unidos, bastante críticos quanto à sua postura relativamente a Navalny e aos seus apoiantes, o poder russo tem adoptado um tom menos polido.

Ontem aquando da sua visita ao Departamento de Estado, o novo presidente americano reiterou que «a América está de volta». Ao enunciar algumas das suas orientações em termos de politica externa, nomeadamente o fim do apoio americano à intervenção encabeçada pela Arábia Saudita no Iémen, Joe Biden disse por outro lado ter «deixado claro que o período em que os Estados Unidos aceitaram as acções agressivas da Rússia tinha terminado." Em reacção, o Kremlin, lamentou hoje «uma retórica muito agressiva e não construtiva" por parte da nova administração americana.

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