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Coreia do Sul/Samsung/Corrupção

Coreia do Sul: vice-presidente da Samsung Electronics preso por corrupção

O herdeiro da Samsung, Lee Jae-yong,  foi condenado nesta segunda-feira, 18 de janeiro, em Seul, a dois anos e meio de prisão por corrupção, ilustrando a complicada teia de interesses entre a presidência e as empresas na Coreia do Sul e deixando o gigante electrónico sem o seu principal dirigente, no momento em que devido à pandemia da Covid-19 os lucros da empresa aumentaram de 25%.

Lee Jae-Yong, herdeiro e vice-presidente da empresa sul-corena Samsung Electronics, condenado por corrupção a dois anos e meio de prisão a 18/01/2021.
Lee Jae-Yong, herdeiro e vice-presidente da empresa sul-corena Samsung Electronics, condenado por corrupção a dois anos e meio de prisão a 18/01/2021. Pool/AFP/Archivos
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Lee Jae-yong, de 52 anos de idade, é o vice-presidente do ramo electrónico da empresa Samsung Electronics, fabricante e líder mundial de smartphones e de chips, mas na realidade é ele quem lidera a empresa desde 2014, quando o seu pai, Lee Kun-hee, arquitecto do sucesso mundial do grupo, falecido em outubro, renunciou ao cargo por problemas de saúde.

Esta é a sua segunda condenação por corrupção desde 2017 e està ligada ao escândalo que causou a destituiçao em 2017 e a prisão a 14 de janeiro, da antiga Presidente Park Geun-hye, condenada a 20 anos de prisão.

A Samsung é, de longe, o maior dos impérios industriais familiares, que dominam a 12ª maior economia do mundo e factura um quinto do PIB da Coreia do Sul, sendo crucial para a saúde económica do país.

Sujeito a um novo julgamento no caso que provocou o impeachment e prisão da ex-presidente Park Geun-hye em 2017, Lee Jae-yong foi condenado por corrupção e por malversação de fundos, pelo Tribunal Distrital Central de Seul, que concluiu que ele "pagou subornos voluntariamente e pediu à Presidente que usasse o seu poder para facilitar sua sucessão tranquila" à frente do conglomerado.

O advogado da defesa, Lee In-jae, disse à imprensa que "este é, essencialmente, um caso em que a liberdade e os direitos de propriedade de uma empresa foram violados pelo abuso de poder por parte da ex-presidente e dada a natureza do caso, considero a decisão do tribunal lamentável".

Lee, de 52 anos que se recusou a responder às perguntas dos jornalistas quando chegou livre ao tribunal, depois da sentença foi imediatamente levado para a prisão sob custódia policial.

Lee foi condenado pela primeira vez em 2017 a cinco anos de prisão por corrupção, malversação de fundos e outros crimes, mas no julgamento de recurso, a maioria das acusações por corrupção foram rejeitadas, e Lee foi condenado a pena suspensa e posteriormente, o Supremo Tribunal ordenou um novo julgamento, que terminou a 18 de janeiro com a sua condenação a dois anos e meio de prisão.

O caso envolvia milhões de dólares que o grupo pagou a Choi Soon-sil, a confidente na sombra da presidente Park Geun-hye, subornos alegadamente destinados a facilitar a transição de poder para o chefe do conglomerado, após um ataque cardíaco de Lee Kun-hee em 2014.

Um escândalo que voltou a destacar os vínculos preocupantes entre o governo sul-coreano e as grandes famílias que controlam os "chaebols", os conglomerados por trás da prodigiosa recuperação do país após a Guerra da Coreia.

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Vice-presidente da Samsung preso por corrupção

Em maio de 2020, o herdeiro pediu desculpas públicas através da mídia, em particular pelo polémico processo de sucessão, que lhe permitiu assumir a liderança do grupo fundado por seu avô Lee Byung-chull.

Lee Jae-yong prometeu até em maio último, que ele seria o último na linha de sucessão familiar a liderar o império electrónico e que seus filhos não herdariam a companhia.

Seu pai e avô também tiveram problemas com a lei, mas nenhum deles cumpriu pena de prisão.

A Samsung Electronics ainda não reagiu à sentença, mas há dez dias a empresa anunciou um aumento de 25% no lucro operacional no último trimestre de 2020, impulsionado pela demanda muito alta por chips resultante do boom do teletrabalho no contexto da pandemia da Covid-19, no entanto esta segunda-feira, 18 de janeiro, as acções da Samsung recuaram de 3,4%.

 

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