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Estados Unidos/Vacina Covid-19

Covid-19: Estados Unidos validam vacina Pfizer/BioNTech

Os Estados Unidos validaram nesta terça-feira, 8 de dezembro, a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo gigante farmacêutico americano Pfizer e a empresa alemã BioNTech. Joe Biden, que deverá tomar posse a 20 de janeiro, promete 100 milhões de doses, enquanto o ainda Presidente Donald Trump assinou um decreto para o acesso prioritário dp seu país à vacina.

Estados Unidos validam vacina desenvolvida pela Pfizer/BioNTech, já administrada desde 8 de dezembro no Reino Unido.
Estados Unidos validam vacina desenvolvida pela Pfizer/BioNTech, já administrada desde 8 de dezembro no Reino Unido. JOEL SAGET / AFP
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Peritos da Agência de Medicamentos dos Estados Unidos - FDA - afirmam em relatório publicado a 8 de dezembro, que a vacina da Pfizer/BioNTech que começou a ser administrada no Reino Unidos nesse mesmo dia, tem alguns efeitos secundários - como qualquer vacina - mas não tem riscos que impeçam a sua autorização, pelo que a sua utilização em grande escala deverá ser aprovada depois da reunião a 10 de dezembro do Comité Consultivo da Agência de Vacinas dos Estados Unidos.

Entretanto Joe Biden, que deverá tomar posse a 20 de janeiro como Presidente dos Estados Unidos e quer fazer da luta contra a Covid-19 a prioridade, anunciou também ontem três eixos: máscaras, 100 milhões de vacinas e reabertura das escolas nos primeiros 100 dias do seu mandato, mas advertiu que se o Congresso não alcançar um acordo financeiro para lutar contra a pandemia, tal irá atrasar ou mesmo parar a campanha de vacinação.

Entretanto e no mesmo dia, o ainda Presidente Donald Trump assinou um decreto - ainda não divulgado - que, segundo ele, dará a prioridade de acesso a vacinas aos Estados Unidos antes da sua exportação para outros países, sublinhando que o país não teria doses suficientes após a fase inicial de vacinação e ameaçou brandir se necessário o Defense Production Act. 

A Pfizer/BioNTech e a Moderna, que têm laboratórios nos Estados Unidos e na Europa, têm contratos de fornecimento aos Estados Unidos de 100 milhões de doses cada, contratos que incluem cláusulas para aquisição de doses suplementares, mas os prazos para activar essas opções poderiam atrasar de vários meses o seu fornecimento.  

Os Estados Unidos com mais de 330 milhões de habitantes, já registaram mais de 273.000 óbitos devido à Covid-29, com o recorde de 2.760 mortos nas últimas 24 horas ligados ao novo coronavírus, segundo dados fornecidos quotidianemente pela Universidade John Hopkins, que revelam ainda que mais de 100.000 pessoas estão internadas no país com Covid-19 e 150.000 outras são quotidianamente testadas positivas.

Conclusões testes vacina BNT162b2 da Pfizer/BioNTech nos Estados Unidos 

Após testes clínicos da vacina realizados em 38.000 pessoas, durante cerca de dois meses, os peritos consideram a vacina da Pfizer/BioNTech - BNT162b2 -  tem 95% de eficácia e é não apenas eficaz para impedir formas graves da Covid-19 com a administração de duas doses, mas também é eficaz para prevenir da infecção após a primeira dose, bem como nos sujeitos que foram anteriormente infectados pelo novo coronavírus, seja qual for a idade, o sexo, etnia ou presença inicial de patologias.

Em conclusão os peritos afirmam que "os dados disponíveis para estes resultados, não permitem conclusões definitivas" mas "sugerem um perfil de segurança favorável, sem identificação de problemas de segurança específicos, que impeçam a sua autorização de forma urgente".

Os efeitos secundários mais frequentes constatados nos testes, que abrangeram inclusivé crianças e adolescentes de 12 anos e mais foram : reacções no braço no ponto da injecção da vacina (84,1%), cansaço (62,9%), dores de cabeça (55,1%) dores no corpo ou cãibras (38,3%), arrepios (31,9%), dores nas articuações (23,6%), febre (14,2%).

Reacções mais severas ocorreram em 0 a 4,6% dos participantes e foram menos frequentes nas pessoas de mais de 55 anos (2,8%) do que nos jovens (4,6%), sem dúvida porque o sistema imunitário deste grupo é mais activo.

Os sintomas mais graves, que necessitaram por exemplo de uma hospitalização, foram uito raros no conjunto dos abrangidos pelos ensaios clínicos, menos de 0,5% e registaram-se números idênticos tanto no grupo que recebeu um placebo, quanto no que recebeu a vacina, o que permite deduzir que a causa não foi a vacina.

Para fazer face ao cepticismo dos que se interrogam sobre as consequências desta vacina, desenvolvida em menos de um ano, o patrão do laboratório Pfizer, Albert Bourla, garante que esta vacina baseada numa nova tecnologia, foi testada de forma ainda mais rigorosa do que qualquer outra desenvolvida pelo seu laboratório, precisamente porque sabe que esta será observada à lupa. 

Entretanto nenhum estudo científico foi ainda publicado em revistas da especialidade sobre as vacinas Pfizer/BioNTech e Moderna que também reivindica eficácia de 94,1% contra a Covid-19, mas um estudo com os resultados da vacina desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca e a universidade britânica de Oxford foi publicado nesta terça-feira, 8 de dezembro pela revista científica The Lancet e aponta para uma eficácia de 70% contra a doença e segurança da mesma, tal como anunciado pelo laboratório a 23 de novembro.

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