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China / Estados Unidos

Guerra dos consulados entre a China e os Estados Unidos

A China ordenou hoje encerrar o consulado americano de Chengdu, no sudoeste do seu território, 3 dias depois da decisão de Washington de fechar no prazo de 72 horas, ou seja esta sexta-feira, o consulado chinês de Houston, no Texas, alegando que esta estrutura funcionaria como plataforma de espionagem.

Entrada do consulado americano de Chengdu, no Sichuan, na China, ontem no dia 23 de Julho de 2020.
Entrada do consulado americano de Chengdu, no Sichuan, na China, ontem no dia 23 de Julho de 2020. GOH Chai Hin / AFP
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Ainda antes de terminar o prazo para o encerramento daquele que é um dos seus 5 consulados nos Estados Unidos, tal como o tinha prometido, a China respondeu com a decisão de fechar uma das 7 representações consulares americanas em território chinês, tendo optado pelo consulado de Chengdu, sem fixar prazo contrariamente aos americanos.

Esta decisão constitui "uma resposta legítima e necessária às medidas irracionais dos Estados Unidos" considerou Pequim que, ao responsabilizar Washington por esta situação, apelou a administração Trump a "criar as condições necessárias para que as relações bilaterais regressem à normalidade".

Esta medida de retaliação surge num contexto de crescente tensão entre os dois países, o secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo tendo ainda ontem afirmado que o consulado da China em Houston é uma placa giratória da "espionagem" chinesa e do "roubo da propriedade intelectual" americana, sendo que nos últimos dias 2 engenheiros informáticos chineses foram formalmente acusados de pirataria informática, com vista designadamente a aceder às pesquisas americanas para encontrar uma vacina contra a covid-19.

Num sentido mais lato, para além da guerra comercial vigente entre os dois países há largos meses, tem-se observado um recrudescimento das tensões nas últimas semanas a propósito, no início deste mês, da imposição por Pequim da sua polémica lei de segurança nacional em Hong Kong, um dispositivo liberticida do ponto de vista de Washington que, entre outras medidas, decidiu deixar de exportar para aquele território equipamentos e tecnologias susceptíveis de caírem entre as mãos de Pequim.

Outro motivo de discórdia, os Estados Unidos acusam a China de violação dos Direitos Humanos relativamente ao tratamento reservado aos Uigures, minoria muçulmana do Xinjiang no noroeste da China, que segundo várias denúncias de ONGs, são reprimidos e mantidos prisioneiros em chamados "campos de reeducação", havendo igualmente relatos da utilização da sua mão-de-obra em trabalho forçado no sector têxtil, em proveito nomeadamente de marcas como a Nike, Adidas, Zara, H&M ou ainda Calvin Klein. Denúncias que não passam de "calúnias", segundo Pequim.

 

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